sábado, 13 de maio de 2023

Corsage (2022)



Pré-selecionado da Áustria para o #Oscar2023, acabou não entrando na competição. 

Drama histórico sobre a imperatriz Elizabeth da Áustria, mais conhecida como Sissi. 

Apesar de sempre comentar sobre as princesas da família real brasileira, e saber que é uma celebridade, nunca fui muito ligado nesta biografia em particular, pelo que li tem uma série da Netflix, não assisti.

Bom filme, o roteiro combina com o título, desde a primeira cena já passa a sensação de aprisionamento da protagonista, apertada no corpete que mantém sua silhueta fina. A atmosfera do filme é asfixiante e melancólica, repleta de decadência e corrosão da ideia de monarquia.

O filme se concentra no período em que Sissi completa 40 anos e enfrenta a pressão da sociedade e da mídia por sua aparência física, que já não é mais considerada tão bela e jovem quanto antes. Sissi, que sempre foi uma mulher independente e rebelde, se recusa a se conformar com os padrões impostos pela corte e busca manter sua identidade e sua liberdade.

A atriz Vicky Krieps está bem e convincente na sua performance conseguindo retratar os conflitos internos e externos de uma mulher que desafiou as convenções de sua época. O filme mostra uma mulher cercada de machismo por todos os lados, presa em uma armadilha sexista que mantém a supremacia masculina.

Dirigido por Marie Kreutzer, confira abaixo essa entrevista da diretora e da atriz disponível no youtube:


A fotografia e a trilha funcionam muito bem, os tons frios comuns dos filmes de época acabem constratando com as canções contemporâneas. Confira "Italy" usada na cena de créditos finais que ficou belíssima:


Em suma, "Corsage" é um drama histórico com uma abordagem contemporânea e irreverente.

Nota 7, recomendo.

https://www.imdb.com/title/tt11992694/

A Incrível Aventura de Rick Baker / Hunt for the Wilderpeople (2016)


Excelente comédia de humor sensível e inteligente, com bom equilíbrio entre emoção e aventura, tocando em temas como a amizade, a família e a preservação da natureza.

Direção do ótimo Taika Waititi, de Jojo Rabbit e O que fazemos nas sombras.

A marca desse diretor é a habilidade em abordar temas sérios com leveza e trazer reflexões em meio à comédia.

Veja a ponta impagável que ele faz como padre na cena abaixo (lembre de ligar as legendas, se precisar):


Melhor papel da carreira do Sam Neill, mais conhecido pela franquia Jurassic Park. O ator mirim também está espetacular em seu personagem.

O roteiro é adaptado do livro “Wild Pork and Watercress” de Barry Crump. Rick é um adolescente órfão delinquente,  rejeitado pela própria mãe e famílias anteriores, que vai parar na fazenda de um velho caçador rabugento chamado Hec e sua esposa Bella. Após um difícil período de adaptação, os dois acabam virando fugitivos de uma caçada nas selvas da Nova Zelândia. 

Uma história sobre amadurecimento e sobre como duas pessoas muito diferentes podem aprender uma com a outra

O sotaque dos atores é uma das pérolas do filme,  a trilha sonora é composta por músicas originais e clássicos da cultura maori. A fotografia também é bastante bonita.

Adorei este filme, nota 9.

https://www.imdb.com/title/tt4698684/




segunda-feira, 1 de maio de 2023

Kaleidoscope (2023)



"Legalzinho..." 

Pode ser que os mais novos não conheçam o formato interativo "você decide", apesar de que recentemente a série Black Mirror trouxe o episódio Bandersnatch com uma proposta até mais aberta, pois tinha vários finais possíveis.

Aqui é o contrário, o final é fixo e a ordem dos episódios pode ser decidida pelo espectador sem prejuízo da história, o que não é assim uma grande novidade, mas resultou um bom produto.

Eu não assisti A casa de papel, mas suspeito que o argumento não seja muito diferente. A trama é centrada em um roubo a um cofre que contém sete bilhões de dólares em Nova York e é liderado por um grupo de especialistas convocados por Leo Pap, interpretado por Giancarlo Esposito. A série tem oito episódios, nomeados por cores, que apresentam eventos ocorridos antes e depois do roubo. 

O que salva a série é o  bom trabalho de construção dos personagens, que direciona o roteiro para um desfecho bem satisfatório. Somente em um dos casos achei inverossímil o final, uma personagem feminina que enforca um brutamontes, mas no geral achei todos bem resolvidos.

Também é legal ver o Giancarlo Esposito (Gus Fring de Breaking Bad e Better Call Saul) em um personagem criminoso diferente do que ele fez nestas outras duas séries, aliás o personagem central é o que teve o trabalho mais cuidadoso de escrita, resultando em várias camadas interessantes.

No mais é o clichezinho do gênero, com algumas reviravoltas, intriga e suspense. 

Nota 6, recomendo.

Série netflix.