domingo, 19 de março de 2023

O lobo atrás da porta (2013)



Ótimo thriller nacional, roteiro bem construído e bom elenco, Leandra Leal e Milhem Cortaz arrasando ótima química entre os personagens.

A seu modo bem peculiar remete um pouco ao Central do Brasil e ao Cheiro do Ralo.

A sinopse envolve o sequestro de uma filha, envolvendo a amante do pai dela. O roteiro se desenvolve com  tensão e conflitos crescentes, e por meio dos flashbacks vai revelando os segredos e conexões obscuras da história por trás do caso, com boas reviravoltas em  uma trama complexa de mentiras, traição, ciúmes e vingança.

A fotografia também foi bem cuidada, em tons escuros contrastando com as cores vivas das roupas dos personagens.

E cativeiro por cativeiro lembrei também do bom O quarto de jack e na linha menino sumido o sensacional Sem Amor

Nota 8, recomendo!

https://www.imdb.com/title/tt2861532/ 

domingo, 12 de março de 2023

RRR Revolta Rebelião Revolução (2022)

 


Indicado a melhor canção original no #Oscar2023, e nessa categoria é a minha favorita.

Intermináaaaveis 3h7min de filme. Com tanta gente trabalhando, parece que não sobrou ninguém para fazer a montagem... Dava para cortar em 1h40 sem perder nenhuma das qualidades do filme.

Produção Bollywood raiz, usando CG e efeitos visuais do início ao fim, para criar cenas bem exageradas, não tem nem jeito de classificar o gênero do filme pois em três horas tem literalmente TUDO: ação, aventura, luta, policial, tiroteio, perseguição, explosão, drama, comédia, romance, história, musical, etc., principalmente o etc.

No plano de fundo estão as questões da colonização e independência da Índia. Uma menina de um vilarejo é roubada pelo governador da província e levada para viver com ele na capital. A trama gira em torno de dois heróis, com super habilidades de luta, o irmão da menina roubada, líder revolucionário que tenta resgatá-la e um policial escalado para prnedê-lo.  Os dois ficam grandes amigos sem desconfiar quem o outro é de verdade.

Vai na agitação e na literalidade sem pausa para respirar tanto que na hora que tem o plot twist nem dá o impacto esperado...

E mesmo sendo tão agitado resulta bem xarope e romântico ou, se quiserem, ingenuamente positivo, em torno de ideais de coragem, esperança e solidariedade.

Apesar de afirmar o contrário no aviso do início, deixa também explícito que os personagens são baseados em pessoas reais que lutaram pela independência, mas pelo menos para mim que não conheço a história da Índia, esse aspecto se perdeu quase que totalmente, mesmo que tenha uma ressonância com os filmes brasileiros que vem resgatando a memória dos nossos próprios revolucionários, para citar apenas um, Marighella

Nota 7, disponível netflix.

Agora me diz se esse Ram Charam não é cara do André Gonçalves ator da Globo?





sábado, 11 de março de 2023

Wakanda forever (2022)

 


Alguém na Disney deve ter ficado com saudade dos smurfs e passou um memorando dizendo que 2022 fariam filmes com pessoas azuis... 

Eu não curto filme de super-herói feito por computador, mas como vejo sistematicamente os indicados, deixo um comentário.

No caso do Avatar me dei ao trabalho de escrever para a Disney para reclamar do cinema que assisti, achei péssima a exibição.

Fizeram a sequência para homenagear o Chadwick Boseman, falecido em 2020, tudo que vende pode vender mais um pouco... 

Surpreendentemente achei o roteiro até razoável, sai um pouquino do clichezão bonzinhos contra malvadinhos e introduz um personagem inédito nos filmes Marvel - Namor.

Indicado a cinco categorias no #oscar2023: 

  • atriz coadjuvante - Angela Basset (Ramonda) - merecida!
  • melhor musica - Rhianna Lift me up - parece uma música antiga do Abba com tons sertanejos...
  • figurino - merecida!
  • Maquiagem e penteados - merecida!
  • efeitos visuais - merecida!

 O que está duro de aguentar nos filmes recentes é a duração - 2h40!!!

Nota 6, recomendo para quem não perde o próximo.


Tudo que respira (2022)



Indicado a melhor documentário de longa no #oscar2023, ainda não vi todos, mas não compara ao Navalny, que é bem melhor. Indicado e premiado em vários festivais, inclusive #Cannes2022. 

O último do tipo que ganhou foi o bom A marcha dos pinguins, de 2005 que é bem melhor que esse.

Locado em Nova Deli e apresenta uma perspectiva interessante sobre os problemas ambientais urbanos, a sinopse são três irmãos que recolhem e cuidam dos abutres na cidade.

Acredito que foi indicado mais pela fotografia interessante, mas como documentário deixa bem a desejar, talvez intencionalmente quis opor o ritmo mais lento da natureza em comparação com as máquinas da metrópole mas o ritmo ficou lento demais...

Com tomadas de larvas, ratos, sapos e outros bichos tenta mostrar a  diversidade da vida selvagem em meio ao caos urbano. Em certa medida coloca o homem no seu lugar também como bicho nesse ecossistema.

O filme acompanha a rotina dos irmãos Mohammad e Shafiq, que cuidam de um santuário improvisado para os abutres em um terraço. Eles alimentam, tratam e protegem as aves, que sofrem com a poluição, o trânsito e a caça ilegal. Os irmãos acreditam que os abutres trazem sorte e bênçãos para quem os ajuda, além de serem essenciais para o equilíbrio do ecossistema da cidade.

Eu não curti, nota 4 mas recomendo para quem gosta de natureza e para pensar um pouco sobre sustentabilidade ambiental urbana.

Disponível HBO. 

https://www.imdb.com/title/tt16377862/ 

Entre mulheres / Women talking (2022)

 


De quando em vez comento aqui como dá raiva ver as traduções que fazem com os títulos...

Indicado ao #Oscar2023 de melhor filme e roteiro adaptado,  mas apesar do excelente elenco, ficou de fora das indicações para melhor atriz.

Produção de Brad Pitt e Frances McDormand. O elenco conta estrelas como Rooney Mara, Claire Foy, Jessie Buckley, Judith Ivey, Ben Whishaw e Frances McDormand.

Valendo também destacar que nesse ano o B Pitt produziu também o Ela Disse, com temática próxima, mas esse é melhor.

Bom filme, fidelíssimo ao título original,  sobre temas difíceis em torno da violência contra as mulheres.

O filme conta a história de um grupo de mulheres que vivem em uma comunidade menonita isolada no Canadá. Elas descobrem que foram vítimas de uma série de agressões sexuais cometidas pelos homens da colônia durante a noite, enquanto elas estavam inconscientes por causa de um spray anestesiante. As mulheres se reúnem para discutir - daí o título - e votar o que fazer diante dessa situação: permanecer na comunidade e perdoar os agressores, conforme sua fé exige; sair da comunidade e buscar justiça; ou fazer alguma outra coisa.

Uma coisa que achei bem legal na adaptação é a forma como o espectador descobre em qual época se passa o filme.

Quem não gosta de filme de texto não vai curtir muito, mas exatamente por ter essa base comum que dá chance para cada atriz brilhar com o seu papel e o roteiro adaptado consegue captar as s diferentes personalidades e perspectivas das mulheres envolvidas na decisão, bem como seus conflitos internos e externos. 

Os homens da colônia não aparecem nem falam, com exceção do professor que registra as conversas das mulheres em uma ata :o

No youtube tem algumas entrevistas bem bacanas com o elenco e a diretora Sarah Polley. 

Não é o meu favorito neste ano, mas vale conferir por entrar no terreno da força e solidariedade feminina, que só me cabe elogiar e calar.

Nota 7, recomendo. 

Nos cinemas.

Entre Mulheres (2022) - IMDb





A baleia (2022)

 


Ok pode dar o #oscar2023 para o Brendan Fraser, que se superou na carreira, mas a atuação não é assim taaao espetacular como a mídia está falando não. Aliás achei a indicação da coadjuvante Hong Chau mais merecida. 

Fico com dó do Bill Nighy pois está sensacional em Living.

Em tempos de deputado fascista de peruca no plenário é muito importante refletir sobre os muitos comportamentos preconceituosos que temos no dia a dia, mas acho que mesmo nisso o roteiro não ajuda muito. Em algumas cenas, a atuação me remeteu ao Gato de Botas...

Mais que a maquiagem e atuação o que achei que salvou o filme foi a dinâmica das personagens, com um tipo de tensão que não é tão simples de conseguir em um elenco, destaque também para a jovem Sadie Sink (Stranger Things).

E como sempre a ótima Samantha Morton (Alfa em TWD) não precisa de muito tempo de tela e arrasou!

Eu não diria que é um ponto alto do diretor Aronofsky, está beeem abaixo de Mãe e Cisne Negro. Enquanto nesses anteriores o estranhamento é um elemento chave, em A Baleia, ele também está presente, mas ao longo do filme e principalmente no final descamba para um melodrama com um sentimentalismo que às vezes parece um pouco forçado. 

É um defeito frequente em Hollywood, às vezes o filme erra na mão e acaba reforçando os preconceitos que queria criticar, e nesse caso os temas não são fáceis: depressão, homofobia, gordofobia, luto, paternidade, divórcio, suicídio, religiosidade e por aí vai.

Ok que as cenas mais escuras refletem o estado íntimo da personagem e ajudam a compor na tensão, mas  a iluminação ficou exageradamente escura, nem dá pra ver o cenário direito.

Sem um foco de roteiro mais preciso, o filme não consegue chegar no peso que pretendeu.

Nota 6, recomendo para ajudar o Fraser a renascer na carreira, quem sabe não acontece com ele como aconteceu com o John Travolta e com o Robert Downey Jr (Homem de Ferro)?

Nos cinemas.