Achei o filme um tanto pretensioso, eu o colocaria num grupo de filmes recentes que se inspira em diretores como David Lynch e Roman Polanski para tentar fazer thrillers psicológicos, mas acabam passando do limite e não chegando lá.
Nesse, o argumento é muito bom - a impossibilidade de conviver bem com os vizinhos - um casal tem a filha atacada pelo cão dos vizinhos, que são ativistas protetores de animais. Eles tomam suas providências e vão enfrentar toda a ira e vingança dos donos do animal.
Até a metade, em que se constrói a tensão, o filme até que vai muito bem, mas a solução da trama e o desfecho derrubam o roteiro, caindo em um lugar parecido com o de Não Matarás, que comentei por aqui.
Nota 5, não recomendo, a menos que vc ache que Jogos Mortais, Round 6 e coisas desse tipo são o melhor do suspense e terror que tem por aí.
Filme indicado para prêmio do juri e vencedor de melhor diretora em #Sundance2019.
Produção uruguaia, argentina e espanhola.
Bom argumento, atores desconhecidos, a atriz principal segura bem o papel de Rosina, adolescente de 14 anos que vive em uma pequena cidade litorânea onde se espalham rumores de ataques de tubarões.
Vivendo com os pais em condições precárias ela é levada pelo próprio pai para ajudar em um trabalho braçal, onde conhece Joselo, um pescador um pouco mais velho, com quem se envolve (ou pelo menos tenta).
Os tubarões e uma cadela prenha são o pano de fundo do roteiro que teria tudo para explorar o que tem de fato que é uma grande tensão reprimida entre os personagens, inclusive sexual, mas não vai muito além de já vimos em outros filmes com corpos na água e animais representando a frieza e irracionalidade humanas.
Aliás esse é o tema de outro que vi recentemente, mais ou menos do mesmo nível: Animales Humanos.
Mas os que eu recomendaria que são mais bem sucedidos em explorar tudo isso são Relatos Selvagens, Amores Perros.
Pior que ele só esse subtítulo que deram no Brasil - Instinto e desejo.
O Colin Farrel me enganou direitinho, o argumento é aquele antigo da missão espacial para colonizar algum planeta, vai bem até a primeira meia hora do filme.
Depois vai caindo em queda livre e sem direção, tem cenas que parece discurso antifascista, em outras tenta o suspense com sangue, e tem outras que finge ser uma alta discussão filosófica existencial, mas não é nada disso.
Nota 3, passe longe, tem coisa bem melhor para vc assistir, se gosta de ficção dá uma conferida nas séries Electric Dreams ou Love, death + robots. Até mesmo a mediana Raised by wolves é melhor.
Ou nessa linha astronauta treinado desde que nasceu, veja o Ender's Game.
Sobre essas temáticas em que esse filme fracassa flagorosamente, recentemente vi um razoável: High Life.
Bom thriller de gangster, bom elenco e bom roteiro, com mais reviravoltas do que tiros, um ritmo mais lento que exige do espectador mais atenção aos diálogos, talvez seja por isso que está com a popularidade em queda no imdb.
A direção de arte e a trilha sonora também estão bem legais.
Os dois atores principais, Don Cheadle e Benicio Del Toro estão muito bem, e o resto do elenco coadjuvante também, destaque para o Ray Liotta e a ponta do Michael C. Hall (Dexter, A 7 palmos). E de quebra tem o Brendan Fraser, aquele mocinho do filme "A múmia" que eu não via há anos nas telas.
A história se passa na Detroit dos anos 1950 - os carros sabemos que são alugados, mas as locações estão absolutamente incríveis. Os personagens do Toro e Chadle são contratatados para sequestrar a família do gerente de uma empresa, enquanto ele é obrigado a pegar um documento no cofre da sua empresa. A trama se desenrola com o sequestro dando errado e os dois escalando a rede de mandantes do crime.
Roteiro bem escrito, um tanto previsível, mas bem equilibrado, com vários turnovers, o filme entrega o que promete.
Nota 8, recomendo para quem não acha que todo filme de ação tem que ter só tiroteio e correria.
Bom filme, sentando do lado dos queridos diretores David Lynch e Shane Carruth, com muitas referências ao primeiro.
Ou seja, é o tipo de filme que é propositalmente feito para vc NÃO entender, nem da primeira, nem da segunda vez que assistir. Os vídeos de entrevistas com o diretor, escritor e elenco abaixo deixam claro que o filme foi concebido como um quebra cabeças.
Por isso que ele entra para uma categoria de filme que será sempre pouco assistido, mas sempre muito lembrado pelos cinéfilos. Parabéns ao diretor Daniel Augusto e ao escritor Braulio Mantovani (Cidade de Deus e Tropa de Elite).
A história gira em torno de um fotógrafo que fica famoso por testemunhar o assassinato de um suposto terrorista, aclamado pelo qualidade artística das fotos mas criticado por ficar fotografando ao invés de ajudar para salvar a vida do homem. O filme começa com ele levando a esposa ao hospital, o carro é baleado, ele acorda no hospital e ela sumiu.
A partir daí se desenrola uma trama literalmente frenética e SENSORIAL.
Literalmente. AVISO IMPORTANTE: O filme usa muitos gatilhos sensoriais, com muitas cenas com a tela totalmente branca, flashes e cores fortes e vibrantes, verde, roxo, azul, colocadas de propósito para provocar reações específicas no cérebro, portanto, NÃO É RECOMENDADO PARA QUEM SOFRE DE EPILEPSIA.
O roteiro é completamente não-linear, lembra muito a Estrada Perdida e Cidade dos Sonhos do Lynch, só que muito mais pesado nos recursos audiovisuais. Perto desse, os do Lynch são até menos complexos.
Entre os personagens aparece uma antiga namorada escritora com um corpo em seu apartamento, não dá para saber o quanto da história está dentro ou fora do livro que ela está escrevendo o seu marido rico, uma amante atriz, uma neurocientista e o delegado que investiga o crime.
A personagem da neurocientista dá a dica para alguma interpretação possível, quando explica como o cérebro reage diante de uma ilusão de ótica - o que vc vê é o seu cérebro te enganando.
Portanto, não adianta tentar encontrar qualquer coerência para a história do filme, para encontrar algum sentido a partir da cena final absolutamente incompreensível, você vai ter que montar um quebra cabeças pensando que tudo o que está na tela é uma ilusão de ótica para enganar o cérebro.
Nota 7, recomendo para quem não se importa de terminar o filme sem entender nada.
DEPOIS que vc assistir, se for preguiços@ como eu, busque no youtube os comentários do blog Dá Pena ou Vale a Pena, acho que eles decifraram a esfinge do filme.
Bom filme, bom elenco, bom roteiro. A direção de arte futurista retrô também está bacana, apesar da computação gráfica para criar um mundo pós-apocalíptico inundado pelo aquecimento global.
Parece uma mistura de Blade Runner com Minority Report.
A sinopse é o roteiro tradicional do ex detetive particular que se envolve com uma femme fatale e vai atrás dela nas boates e guetos da máfia, mas vale a experiência do Hugh Jackman, Thandiwe Newton e Cliff Curtis, que seguram o filme, os efeitos especiais e o enredo também ajudam, o conjunto da obra ficou bom.
Aliás tem mais gente do elenco da série Westworld no filme, dá pinta que é por contrato do estúdio.