sábado, 9 de outubro de 2021

Albatroz (2019)

 



Bom filme, sentando do lado dos queridos diretores David Lynch e Shane Carruth, com muitas referências ao primeiro.

Ou seja, é o tipo de filme que é propositalmente feito para vc NÃO entender, nem da primeira, nem da segunda vez que assistir. Os vídeos de entrevistas com o diretor, escritor e elenco abaixo deixam claro que o filme foi concebido como um quebra cabeças.

Por isso que ele entra para uma categoria de filme que será sempre pouco assistido, mas sempre muito lembrado pelos cinéfilos. Parabéns ao diretor Daniel Augusto e ao escritor Braulio Mantovani (Cidade de Deus e Tropa de Elite).

A história gira em torno de um fotógrafo que fica famoso por testemunhar o assassinato de um suposto terrorista, aclamado pelo qualidade artística das fotos mas criticado por ficar fotografando ao invés de ajudar para salvar a vida do homem. O filme começa com ele levando a esposa ao hospital,  o carro é baleado, ele acorda no hospital e ela sumiu. 

A partir daí se desenrola uma trama literalmente frenética e SENSORIAL.

Literalmente. AVISO IMPORTANTE: O filme usa muitos gatilhos sensoriais, com muitas cenas com a tela totalmente branca, flashes e cores fortes e vibrantes, verde, roxo, azul, colocadas de propósito para provocar reações específicas no cérebro, portanto, NÃO É RECOMENDADO PARA QUEM SOFRE DE EPILEPSIA.

O roteiro é completamente não-linear, lembra muito a Estrada Perdida e Cidade dos Sonhos do Lynch, só que muito mais pesado nos recursos audiovisuais. Perto desse, os do Lynch são até menos complexos.

Entre os personagens aparece uma antiga namorada escritora com um corpo em seu apartamento, não dá para saber o quanto da história está dentro ou fora do livro que ela está escrevendo o seu marido rico, uma amante atriz, uma neurocientista e o delegado que investiga o crime.

A personagem da neurocientista dá a dica para alguma interpretação possível, quando explica como o cérebro reage diante de uma ilusão de ótica - o que vc vê é o seu cérebro te enganando.

Portanto, não adianta tentar encontrar qualquer coerência para a história do filme,  para encontrar algum sentido a partir da cena final absolutamente incompreensível, você vai ter que montar um quebra cabeças pensando que tudo o que está na tela é uma ilusão de ótica para enganar o cérebro.

Nota 7, recomendo para quem não se importa de terminar o filme sem entender nada.  

DEPOIS que vc assistir, se for preguiços@ como eu, busque no youtube os comentários do blog Dá Pena ou Vale a Pena, acho que eles decifraram a esfinge do filme.

Veja o trailer e entrevistas abaixo:


 




 

 

 

 

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