Que belíssimo filme sobre memória e o esquecimento!
Simples, direto e realista, tocando em temas que vão do fascismo ao câncer, com muita leveza, mas sem abrir mão do sentimentalismo latino. Tem a mesma vibe de Central do Brasil.
Seleção oficial de #Cannes2021.
Parece até bizarro que esteja disponível no catálogo netflix, pois é o oposto das produções do streaming.
Roteiro adaptado do livro do respeitado escritor colombiano Héctor Abad Faciolince, sobre a vida e o assassinato do seu pai Héctor Abad Gómez, médico, professor universitário e defensor dos direitos humanos, um dos milhares mortos por grupos paramilitares na Colômbia.
O filme mostra a vida cotidiana da família de classe média alta, formada majoritariamente de mulheres, inclusive uma freira, em um ambiente liberal, progressista e criativo, mas até de certa forma burguês - contradição que é muito bem conduzida no roteiro.
Dialoga com outro que comentei recentemente: A metamorfose dos pássaros.
O título é tomado de um soneto atribuído a Jorge Luiz Borges, que fecha maravilhosamente o filme:
Aquí. Hoy
Ya somos el olvido que seremos.
El polvo elemental que nos ignora
y que fue el rojo Adán y que es ahora
todos los hombres, y que no veremos.
Ya somos en la tumba las dos fechas
del principio y el término. La caja,
la obscena corrupción y la mortaja,
los triunfos de la muerte, y las endechas.
No soy el insensato que se aferra
al mágico sonido de su nombre.
Pienso con esperanza en aquel hombre
que no sabrá que fui sobre la tierra.
Bajo el indiferente azul del cielo,
esta meditación es un consuelo.
Recomendadíssimo, nota 9, gostei muito.
https://www.imdb.com/title/tt11385336/
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