Desculpe Alex Garland mas não dá para comparar esse com o Ex Machina... Agora começa a fazer sentido a entrevista que o senhor deu dizendo que não vai mais dirigir...
Alex Garland anuncia aposentadoria como diretor (terra.com.br)
Esse filme é como um mexidão feito com os restos da semana inteira.
Tenho o maior orgulho da carreira internacional do Wagner Moura e sou fã do casal Kirsten Dunst e Jesse Plemons vide por exemplo O ataque dos cães, mas nesse não sei se o problema maior é o texto ou o roteiro, faltou um pouco de química resultando em performances abaixo do que já vimos esses atores entregarem...
Aliás a pontinha do Jesse Plemons de soldado fascista é a melhor cena do filme.
O argumento do filme é bom, os Estados Unidos divididos numa guerra civil (o que em tese não é difícil acontecer no Brasil...) porém o filme falha fragorosamente em estabelecer um contexto, mesmo se o objetivo foi não tomar partido entre direita e esquerda, faltou a introdução da história que tantos filmes de baixo orçamento às vezes fazes com uma rápida narrativa de um personagem apresentando o cenário.
A primeira cena é o bastidor de um pronunciamento do presidente, se referindo aos separatistas, vemos algumas explosões e já corta para os jornalistas que são os protagonistas principais, na linha de frente.
Para um cinema americano que geralmente considera o expectador burro, aqui exageraram no bairrismo, pois o resto do mundo não nasce sabendo o que é a polarização política nos EUA. Sem apresentar os motivos da guerra, fica difícil ter empatia com os motivos e dramas dos personagens.
As poucas pistas que tem sobre isso são bem contraditórias, a coalizão junta o Texas, que tem pena de morte e a Califórnia, onde a maconha é legalizada.
A premissa do roteiro é simples e minimalista, a narrativa segue um grupo de quatro jornalistas vão de Nova Iorque para Washington, o que normalmente gastaria de 3 a 4h mas por causa da guerra instalada, demora alguns dias.
No caminho eles vão se envolvendo em tiroteios e assassinatos em massa, nessas cenas é muito estranho que o personagem do Wagner Moura se limita a ficar com a mão no ombro da fotógrafa, não carrega nada, nem microfone, ficam mais destacados o cigarro e a garrafa na mão dele.
A fotografia acaba se perdendo entre as balas traçantes e os planos em câmera lenta de gente sendo queimada viva, covas coletivas, explosões e capotamentos ou dos personagens surtando.
Como o roteiro é basicamente ir do ponto A para o ponto B no meio da guerra para entrevistar o presidente que está sendo deposto, a trama tenta se concentrar mais na caracterização do quarteto de jornalistas, o que sinceramente só funciona para a personagem da K Dunst, jornalista durona que vai amolecendo aos poucos.
Os desfechos do arco de cada um dos quatro é para dizer pouco, decepcionante.
Aí o filme tenta se fiar nos cenários apocalípticos e efeitos especiais que também não conseguem parecer realistas... a série The Walking Dead resulta muito melhor nesse aspecto...
Ou seja, cai literalmente morto num front que já foi devidamente explorado por clássicos como Apocalypse Now e até mesmo Indpendence Day ou Guerra dos Mundos...
Nota 5, recomendo só para quem gosta de filme de tiroteio, sem importar com quem está atirando.
Nos cinemas.
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