Indicado para palma de ouro em #Cannes2023.
Eu sou fã demais desse diretor, então mesmo quando o filme não agrada muito a crítica eu gosto.
A marca registrada do Wes Anderson é a obsessão na composição visual das cenas, até os mínimos detalhes, misturando técnicas de slow motion, maquetes e cenários com as cenas filmadas ao vivo.
A narrativa em histórias com personagens absolutamente excêntricos também é o que faz os filmes dele serem tão diferentes.
O melhor mesmo são os roteiros inteligentes e abertos daquele tipo que vc diz "espera aí..." quando o filme termina e vc fica em dúvida se perdeu alguma parte.
Aqui no blog tem um comentário sobre A Crônica Francesa e vc pode conferir os outros no IMDB.
Neste ano ele lançou também uma ótima série de curtas na Netflix, confira o meu outro POST.
O estilo do Wes Anderson é parecido com o do Noam Baumbach (Barbie, Ruído Branco, Historia de um Casamento) aliás os dois colaboraram diretamente em The Life Aquatic e também no Fantástico Senhor Raposo.
Asteroid City é uma cidade fictícia do deserto americano na década de 1950 que sedia uma convenção de jovens gênios astrônomos.
No meio da convenção acontece a cena principal do filme: um contato imediato impagável.
Além disso o filme é encenado como uma peça de teatro dentro de uma peça transmitida na TV , aí que o roteiro complica - adoooro. O personagem principal é um escritor famoso por sua obra ficcional sobre um pai em luto que viaja com sua família nada convencional. Com o humor bem seco característico do WA, o filme explora temas como a passagem do tempo, a nostalgia e o significado da família.
A fotografia chapada e composta é muito bacana, a cidadezinha em si é uma mistura de elementos futuristas e clássicos, com cores fortes e brilhantes e formas geométricas, o que cria uma sensação de surrealismo.A tela é mostrada em formato 4:3 e apresenta uma paleta de cores pastel que dá aquele resultado deliciosamente retrô típico do diretor. As cenas são obsessivamente compostas e os cenários são meticulosamente decorados. Os gadgets inventados pelos adolescentes dão uma pitada futurista, a mistura ficou sensacional.
Como de costume vários atores já são figurinhas carimbadas do diretor, como Bill Murray e Tilda Swinton. Nesse aparecem também o Tom Hanks, Scarlett Johansson, Jason Schwartzman, Bryan Cranston, JAdrien Brody, Steve Carell, Matt Dillon, Hong Chau entre outros.
Olha o Seu Jorge fazendo uma ponta no filme:
A trilha sonora completa a ambientação nostálgica e caipira, mais texano impossível. Está disponível neste link do youtube music.
A crítica não gostou muito, a nota do filme no imdb está com 6,6. Para quem não curte muito o cinema mais cult, o filme pode mesmo ser meio monótono e longo. Alguns críticos apontaram que Asteroid City é mais do mesmo na filmografia de Anderson, que repete sua fórmula estética e narrativa sem muita inovação ou ousadia. Há também quem tenha achado o filme superficial e pretensioso, que não explora a fundo os temas que propõe e que se apoia em clichês e estereótipos.
Xarope por xarope, há quem prefira novela das 7, eu acho mais bacana o cinema feito como revista em quadrinhos do Wes Anderson, como forma leve de abordar o peso da vida e do mundo.
Nota 8, para quem gosta de filme que encerra com música que tem assovio:
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