Excelente, um dos melhores de 2020. Grande prêmio do juri no Festival de Veneza.
Anos à frente, esse filme irá compor com Bacurau, Coringa, Parasita, A que horas ela volta, Aquarius, Capernaum, Você não estava aqui, Eu Daniel Blake e outros, uma memória narrativa da distopia em que vivemos no início deste século.
A narrativa parece com Parasita no início, após uma desconcertante sequência de abertura com flashes oníricos e altamente simbólicos, que resumem todo o roteiro, mas sem que o espectador possa compreender isso pela velocidade, o filme começa com um hospital sendo invadido por feridos em uma onda de protestos enquanto acontece um casamento da alta sociedade. A trama se estrutura nas relações violentas entre as pessoas de diferentes classes, enquanto o casamento é invadido e o caos se instala.
Não assista sem se preparar. É bem pesado. É uma porrada no saco, um pitoco na cara, uma paulada na cabeça, um vômito no prato (e é assim mesmo que deve ser descrito).
É muito importante que ele seja visto pelos brasileiros,
O que mais incomoda nele, assim como em Bacurau, não é o horror explicito de ver na tela com requintes de crueldade, que ditadura é corrupção, sequestro, cárcere privado, estupro, pau de arara, segregação, assassinatos a sangue frio por nada, e cadáveres sendo queimados.
O que incomoda mais é perceber que tudo isso acontece no mundo contemporâneo e no Brasil estamos banalizando tanto o mal e a morte que um tal estado de coisas é assustadoramente plausível e que essa nova ordem de nova não tem nada.
Disponível no prime video.
Nota 10. Vejam e ajam agora, depois pode ser tarde demais.
https://www.imdb.com/title/tt12474056/
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