No ano em que o pai interpretado pelo Anthony Hopkins está em evidência, vem essa bofetada japonesa perturbadora, com frieza e objetividade mas ao mesmo tempo com uma sensibilidade que exige ao espectador assistir com atenção e calma.
É o tipo de filme que diz muito mais nas pausas do que na ação, e não se assiste comendo pipoca.
A sinopse é uma mãe solteira vivendo a vida louca e criando seu casal de filhos na rua sem aceitar opinião de ninguém. O roteiro quase que integralmente gira em torno do menino, que é manipulado desde sempre e vai mostrando o seu crescimento ate ele se tornar adolescente, convivendo com muitos homens, mas sem ter um pai. Até onde vai um amor filial irracional e tóxico?
Para refletir sobre o quanto somos cópia de nossos pais e do quanto é impossível se reconciliar com eles, mesmo que passem os anos.
A ressalva que eu faria ao roteiro é exatamente não investir no arco do pai, não conheço as leis de família no Japão, mas me pareceu inverossímil que a mãe possa fazer tudo o que ela faz no filme...
Me remeteu ao aclamado Central do Brasil, e aos indicados ao #Oscar2019 Capernaum e Shoplifters, Breadwinner, Filhos do Paraiso e por aí vai. Remete também a um dos melhores do #oscar2018 - Sem Amor.
Recentemente assisti outro igualmente desgraçante: O vazio de domingo.
Recomendo, especialmente para quem assim como eu foi criado somente pela mãe. Nota 7.
Catálogo netflix.
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