Essa coprodução da Dinamarca e Alemanha foi pré-selecionada para o #oscar2023 na categoria filme estrangeiro, mas não foi indicado, e apesar de só ter ter visto até o momento dois concorrentes: Argentina, 1985 e Nada de novo no front, achei meio injusto...
Vencedor de melhor atriz - merecido - e indicado para palma de ouro em #Cannes2022.
É um filme diferentão, pois trata do tema da prostituição na sociedade islâmica, onde a violência contra a mulher tende a ser naturalizada, de geração para geração.
Baseado em uma história real, mostra a história de um serial killer que entre 2000 e 2001 matou 16 mulheres na cidade sagrada de Mexede no Irã, com o critério de escolha sendo o uso de maquiagem ou o cabelo para fora do hijab, o modus operandi o tornou conhecido como "aranha sagrada".
Na época parte da sociedade apoiou o assassino por entender que ele estava fazendo um trabalho de "limpeza".
Pai de família e cidadão religioso, insuspeito, o verdadeiro "cidadão de bem" defensor da pátria e da família, que conhecemos bem por aqui.
Em primeiro plano o filme mostra uma jovem jornalista da capital que vai até a cidade para investigar os crimes e se finge de prostituta para chegar ao assassino, enfrentando toda uma sociedade machista, fudnamentalista, opressora e obscurantista.
O filme ganhou projeção internacional junto com o movimento de protesto das mulheres iranianas pelo assassinato de Masha Amini e não é difícil entender porque enfureceu o governo iraniano.
Veja mais nesse link: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/10/10/por-que-cortar-o-cabelo-virou-simbolo-dos-protestos-de-mulheres-no-ira.ghtml
Pena que os votantes da academia não o indicaram no #oscar2023, pois seria um forte candidato.
Dá a dimenão de como a luta para diminuir a desigualdade de gênero no mundo ainda será longa e difícil, mas o que não falta à personagem principal é a coragem.
Nota 7, recomendo.
Nos cinemas.
https://www.imdb.com/title/tt18550140/