Nimic (2019)

 

Bons curtas fazem parecer que os longas são um desperdício.

Nesse, um violoncelista encontra uma mulher no metrô, e ela começa a seguí-lo e interagir com sua família. 

O tema dos doppelgangers anda frequente nas telas, com certeza o melhor que vi ultimamente foi o Homem duplicado, mas o meus favoritos são os do Lynch A Estrada Perdida e Cidade dos Sonhos (não confundir com a xaropada imperdoável cidade dos anjos que fizeram com asas do desejo)... 

Se quiser todo mundo duplicado veja Coerência. E nessa temática comparece também O amante duplo.

https://www.imdb.com/title/tt10651850/

Crimenes de familia (2021)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Bom drama, considerando o padrão netflix até que dá para o gasto.

Roteiro de julgamento com flashbacks, um tanto confuso, toca em muitos temas sensíveis, mas não dá conta de nenhum deles satisfatoriamente.

O roteiro é composto basicamente de duas histórias, que resultam em dois julgamentos, que são montados com uma cronologia não linear e que mais confunde do que surpreende ao espectador.

Locado em Buenos Aires, a sinopse é uma família de classe média alta cujo filho viciado é acusado pela esposa de agressão e vai preso, paralelamente é apresentada a história da empregada da família, de origem muito simples, acolhida pelo casal já grávida e que é acusada de assassinato, depois de descobrir uma segunda gravidez.

A trama levanta diversas questões que poderiam render um filme muito melhor, o diretor perde um pouco a mão nas escolhas e acaba não aprofundando nenhuma delas: a principal seria violência contra a mulher, mas também poder x justiça, casamento x pais x filhos, traição, dentre outras.

Nota 7. Considero "Domésticas" do Fernando Meirelles muito melhor em todos esses quesitos.

https://www.imdb.com/title/tt10915060/ 

Disponível no catálogo netflix.

Abaixo de zero (2021)

 

 

 

 

 

 

 

 Bom thriller mas com roteiro mediano e já bem batido, de fuga da prisão durante transporte dos presos.

Nota 5, recomendo só para quem gosta muito de filme de ação, mesmo nessa categoria deixa bastante a desejar, tem muito furo de roteiro.

A nota no imdb está 3,2...

A boa atuação do Javier Gutierrez salva o filme, mas  filme por filme, dê preferência para A casa, que também não é nenhuma brastemp.

 

Missão Madrinha de casamento (2011)

 

Filme antigo e xarope.

Roteiro bem batido, comédia de situações com as amigas da noiva, bom elenco. 

Nota 7. Recomendo para quem curte o tema.

Lembrei dele por causa de "Amor, casamentos e outros desatres" que assisti recentemente.

https://www.imdb.com/title/tt1478338/

 

 

Hejter / Rede de ódio (2020)

 

Bom filme, thriller dramático, bom roteiro.

Apesar do título, é um filme sobre vingança, manipulação e paixão obsessiva, um dos melhores que já vi.

A sinopse é um jovem de origem pobre que cursa a faculdade de direito com o patrocínio de um casal rico, e ao ser expulso da escola por plágio é impedido de ter contato com o objeto do seu desejo, que é a filha do referido casal. Ele vai trabalhar em uma agência de publicidade que lucra produzindo fake news com perfis falsos nas redes sociais e passa a trabalhar contra o candidato a prefeito apoiado por seus antigos mecenas.

O roteiro explora muito bem até onde ele está disposto a ir para atingir os seus objetivos.

Lembra um pouco "O sol por testemunha" e "o talentoso Ripley".

Nota 9, recomendo assistir no idioma original polonês para máxima frieza.

Catálogo netflix.

https://www.netflix.com/br/title/81270667

 

O bem amado (2011)

  

 Guel Arraes anda sumido da direção na telona. Tirando esse e "Romance" tenho todos os filmes dele na dvdteca, inclusive a série TV pirata completa.

Apesar da ótima atuação de todo o elenco,  esses personagens ficaram imortalizados na pele de Paulo  Gracindo, Lima Duarte e Elimiano Queiroz.

Seja a série original ou esse, vale rever e reconhecer que em 50 anos, nada absolutamente mudou nas caricaturas de Dias Gomes...

Nota 7 para o longa, 10 para a série, confiram esse trecho profético com Odorico boicotando a vacinação e falando de genocídio, há outros no youtube

 

Midnight traveler (2019)

 

Documentário vencedor do grande prêmio do júri de #Sundance2019.

Mostra a saga de TRÊS anos de uma família fugindo do Taleban no Afeganistão com destino a Europa, passando por diversos campos de refugiados na Turquia, Bulgária e Hungria.

Filmado em três telefones celulares, expõe a ferida da tragédia humanitária com a qual a Europa vinha lidando - e continua - antes da pandemia. Em 2015 eram cerca de um milhão.

O filme prende e consegue uma catarse comovente, ao registrar o difícil cotidiano da família muçulmana emigrando em fuga com duas filhas pequenas. O pai, dono de um café de arte, e cineasta conhecido no Afeganistão é obrigado a fugir após ter a cabeça colocada a prêmio. 

Vale também lembrar que a pandemia de covid tirou esse tema do foco, mas o Brasil também é cenário de histórias muito parecidas com essa.

Impressionante trabalho de edição e pós-produção que qualificam o filme.

Em dezembro de 2020, conforme registrado em entrevista, a família estava morando no interior da Alemanha.

Disponível no prime video.

Recomendo, nota 8. https://www.imdb.com/title/tt8923500/

 

O diabo de cada dia (2020)

 

Ótimo thriller dramático, bom roteiro e desempenho do elenco. Lamentável que não tenham mantido o título original do livro em que é baseado: "O mal nosso cada dia", de Ray Pollock.

Curiosa escolha de palavras para os tempos loucos em que vivemos, quando faltam tornozeleiras para tantas pessoas santas, nunca se matou tanto e de formas tão variadas em nome da religião e dentro de templos os mais diversos se cultuam as armas, o hedonismo, o egoísmo, a ganância, a desumanidade.

É mesmo muito confortável para a consciência culpada acreditar que existem seres maléficos (o diabo, ou qualquer outro nome que queiram dar...)  que obsidiam e induzem as pessoas ao mal.

O que mais incomoda neste filme é o argumento - difícil de contrapor -  lembrado por muitos, de Platus a Hobbes e Jesus, com figuras de animais ou de partes do corpo, de que o que contamina o homem não é o que entra nele.

É o meu gênero favorito de tragédia, então já sabem: começa ruim e só piora.

A história se passa no interior de Ohio (portanto não assista dublado, pois o sotaque é um elemento fundamental) envolvendo vários personagens entre os anos 1940 e 1970. Um veterano de guerra busca na fé e na religião uma tentativa desesperada e frustrada de salvar a esposa do câncer. O seu filho órfão de pai e mãe vai morar com os avós e é criado com uma irmã adotada, também órfã de mãe assassinada e desperta novamente a violência que aprendeu na infância, quando ela cai na lábia do homem santo da comunidade. Ao tentar escapar de tudo isso protagonista se envolve com um casal de serial killers.

Nota 9, recomendo só para quem tem santo forte.

https://www.imdb.com/title/tt7395114/

https://www.netflix.com/br/title/81028870

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas (2021)

 

Bom filme, bom entretenimento, mas caso a criança seja agitada, cuidado, que pode provocar convulsões, de tanta barulheira e efeitos inclusive estroboscópicos.

https://super.abril.com.br/cultura/cultura-como-um-episodio-de-pokemon-mandou-centenas-de-criancas-para-o-hospital/

O roteiro não tem nada muito diferente dos outros do gênero com "família" no nome, muito melodrama para chegar na velha e boa máxima "a família é tudo que importa" e o filme faz isso de forma bem competente.

O diferencial fica mesmo por conta dos megaexageros que deixam a impressão que se na mesma cena não tiver tiro e explosão e gritaria e espada e facada e derrapada e cambalhota e úvula e pum e caricatura e barulho e freada e capotamento e foguete e meme e celular tocando e briga e o escambau. ninguém vai prestar atenção.

Aliás um dos méritos dele é argumentar a necessidade de diminuir a velocidade, cansando o espectador com duas horas dessa parafernália, sem parar.

Visualmente consegue ser original no estilo, misturando croquis 2D e a linguagem dos filtros e memes de celular com a animação 3D.

Gostei particularmente das fotos de família dos atores e equipe, nos créditos.

Nota 7, Retire da sala qualquer coisa em que os pequenos possam tropeçar ou quebrar, pois há uma boa chance de pularem ou correrem assistindo esse filme.

https://www.netflix.com/br/title/81399614

Blue Jasmine (2013)

 

 

#oscar2014 merecidíssimo para Cate Blanchett, indicado a melhor roteiro (Woody Allen que também dirige) e atriz coadjuvante, Sally Hawkins (A forma da água) que está muito bem, igualmente o Alec Baldwin e seu topete indestrutível.

Filme de atriz, nos outros dela que comentei por aqui não fiquei tão bem impressionado, mas nesse realmente arrasou (vide Cadê vc Bernadette e Carol).

A sinopse é uma viúva socialite que perde tudo e é obrigada a morar com a irmã pobre. 

O filme não é unanimidade entre os críticos, emas para quem curte o  Woody Allen com certeza é obrigatório. O diretor vai junto com a personagem e muda de cenário, de Nova Iorque para São Francisco.

E como o cenário é um elemento fundamental na filmografia de Allen, mesmo passando pelas ladeiras de sempre, há uma cena em que os personagens conversam em um mirante comentando sobre os pontos turísticos menos óbvios da cidade que está lindamente retratada no filme.

Nota 8. https://www.imdb.com/title/tt2334873/

Amor, Casamentos e Outros Desastres (2020)

 

 Proibido para diabéticos. O mais xarope que vi em 2021....

Jeremy Irons e Diane Keaton estão ótimos, mas o roteiro exagerou na água com açúcar.

Mais doce que o doce de batata doce, ideal para domingo de tarde.

Nota 5, Recomendo para quem estiver saturado e quiser dar uma escapada da realidade, mas digamos uma escapada para beeem longe... 

Se for assistir aproveita e faz uma seção tripla com "Missão madrinha de casamento" e  "o casamento dos meus sonhos.

Atenção que tem títulos parecidos por aí.

https://www.imdb.com/title/tt10235718/

Paddleton (2019)

 

 

Esse filme é parecido com "Antes de partir", ótimo filme com Jack Nicholson e Morgan Freeman, mas é bem inferior.

Dois amigos em uma jornada envolvendo a doença terminal e a eutanásia de um deles.

A cena do filme em que os amigos tentam desastradamente narrar um filme de kung fu para uma plateia desinteressada é uma espécie de metáfora triste do filme como um todo. 

Sobre eutanásia lembro os ótimos "Menina de Ouro", também com Freman, Hillary Swank e Clint Eastwood, "Mar adentro" e o melhor é com certeza "As invasões bárbaras" que vc terá que assistir depois de "O declínio do império americano".

Não é um filme ruim, recomendo com nota 7, mas recomendo mais ainda que veja esses outros primeiro...

https://www.netflix.com/br/title/80224060

Les choses qu'on dit, les choses qu'on fait (2020)

Filme da programação do festival de #Cannes2020, me deixou pensando seriamente se as melhores histórias de amor só podem ser contadas em francês...

A imagem abaixo poderia até contar mais que mil palavras a sinopse do filme, entre A, B e C, mas nesse rolo estão também D, E, F, G e H...

O elenco de uma maneira geral está muito bem, exceto o ator principal, mesmo em momentos mais "quentes" do filme ele mantém uma linguagem corporal como se estivesse rezando... e olha que na foto ele é o da esquerda...

Ótimo texto e roteiro, a grande virtude do filme é a montagem, pois são muitas histórias em tempos diferentes que se entrelaçam.

Linda fotografia com locações no interior da França e a trilha sonora também é uma boa seleção de músicas eruditas já conhecidas.

Nota 8, recomendo.  https://www.imdb.com/title/tt12443930/

Dvd já disponível na Amazon.

Me lembrou uma música do Karnak que não é nada romântica, mas acho que representa bem o espírito do filme, reproduzo a letra abaixo.

Espinho na Roseira / Drumonda

Tem espinho na roseira
Oi, Cuidado vai cortar a mão...

Pedro Alcântara do Nascimento
amava Rosa Albuquerque Damião

Pedro Alcântara amava Rosa,
mas a Rosa não amava ele não

Rosa Albuquerque
amava Jorge,
amava Jorge Benedito de Jesus
E o Benedito, Bendito Jorge,
amava Lina que é casada com João

E o João, João sem dente,
amava Carla, Carla da cintura fina
E a Carla, linda menina,
amava Antônio Violeiro do Sertão.

E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão

E o Antônio, cabra da peste,
amava Júlia que era filha de Odete

E a Odete amava Pedro,
que amava Rosa que era prima de Drumond

E o Drumond era casado com Maria
que era filha de Sofia,
mãe de Onofre e de José

E o José era casado com Nazira
que era filha de Jandira,
concubina de Mané

E o Mané tinha dezessete filho
dez homi e seis menina
e um que ia resolver
E o rapaz tava já na adolescência
tinha brinco na orelha
e salto alto prá crescer.

E o Rodolfo que já era desquitado
era homem mal amado
não queria mais viver

E encontrou Maria Paula de Arruda
que lhe deu muita ajuda
fez seu coração nascer

E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia sim senhor

 

Dois papas (2019)

 

 (resgatando um comentário de 2019 - Marighella já está na net)

Fernando Meirelles tá meio sumido da direção e atacando mais de produtor, enquanto não chega o Marighella vale conferir esse, show de atuação dos dois veteranos Anthony Hopkins e Jonathan Pryce.

Não desce muito na trama que causou a renuncia do papa Ratzinger, mas tenta contar a ascensão do papa Francisco por um ângulo interessante. 

Recomendo, depois que li no imdb que a Capela Sistina mostrada no filme foi montada em sete semanas, tive que mudar minha nota de 8 para 9. 

Indicado ao globo de ouro. (e posteriormente para 3 #oscar2020). 

Cada vez mais se verifica que a Netflix tem adotado a estratégia de gastar com o elenco em detrimento do roteiro, mas esse ate que salva, sem trocadilho.

 https://www.imdb.com/title/tt8404614/ 

Rifkin's festival (2020)

Woody Allen se acomodou ou consolidou um estilo? 

Esse filme não tem nada diferente do que ele tem filmado nos últimos vinte (ou trinta) anos... em uma linha do ator Christoph Waltz que aparece no final parodiando a morte do Sétimo Selo está o resumo do filme:

"... trabalho, família, amor... a besteirada de sempre, mas é razoavelmente eficaz".

Como em quase todos os outros, o personagem principal - que poderia ter sido bem mais impactante com outro ator - é uma representação do próprio diretor, mais uma vez em crise existencial e apaixonado por uma melhor mais jovem. 

Um lindo cenário, misturado com dezenas de citações de bom cinema, dessa vez no formato de paródia, que só quem é minimamente cinéfilo vai saber reconhecer, e quarenta anos de experiência.

Ou seja, você já sabe o que vai ter desde o início, e no final vc termina satisfeito. A melhor crítica está no Rotten Tomatoes, e  compara o filme a uma sobremesa:  não substancial e não nutritivo, mas doce o suficiente...

Nota 7, recomendo só para quem gosta desse doce.

https://www.imdb.com/title/tt8593904/

 

The one (2021-)

Dia nos namorados, friozinho, vai essa sugestão pra vc maratonar embaixo do cobertor, a série não é lá essas coisas, então já dá um motivo para vc convencer seu par a fazer coisa melhor.

A sinopse é um casal de amigos que descobre como achar o par perfeito com base no sequenciamento do DNA - ficção científica sobre amor à primeira vista é um argumento pelo menos interessante, ou não?...

Mais ou menos, pois a série é bem xarope, e alguns temas que dariam pano pra manga, como por exemplo "e se o seu par perfeito biológico for do mesmo sexo que vc?", ficam dissolvidos na água com açúcar pelo caminho.

Nota 5, se vc gosta da série Lúcifer, provavelmente vai gostar dessa também - é o mesmo tipo de xarope.

Catálogo netflix.

https://www.imdb.com/title/tt13879466/

O irlandês (2019)

Scorcese segue na milha lista top 5, com a Última Tentação de Cristo e sempre que converso de cinema costumo citar Depois de Horas, sou fã dos filmes de gangster dele Os bons companheiros, Cassino, Conto do Bronnx dentre outros, ou seja o cara está no panteão dos bons diretores, mas sinceramente 3 horas e meia de filme para contar essa história?... 

A única explicação que suponho é que estão ganhando por megabtyte baixado da netflix, só pode... é o padrão do elenco caro e roteiro ruim contaminando os medalhões

De Niro, Pacino e Joe Pesce são os eternos chefões malvados, fazem o papel com o pé nas costas, o filme não é ruim mas podia ter sido montado em 90min. 

Comparando Scorcese com Scorcese, dou no máximo 6. 

Recomendo só se você tiver quatro horas disponíveis para assistir ou como eu fiz gaste dois dias... 

Filme netflix é só de elenco, os roteiristas devem pagar para aparecerem nos créditos, nesse em particular, faltou o Chazz Palminteri

 

Them (2021-)

Colocando "racismo" na caixa de busca aí no topo da página você vai encontrar pelo menos quinze filmes e/ou séries que comentei aqui, de 2019 pra cá.

O #oscar2020 pautou predominantemente esse tema (experimente colocar essa hash na busca) e emendei com essa série da Amazon que achei... pesada e decepcionante.

A sinopse é uma família negra que se muda para um bairro branco no subúrbio de Los Angeles, na década de 1950. 

Pelos teasers eu já sabia que o tratamento do tema seria mais pesado que o de costume, na base da angústia e sofrimento, com os vizinhos infernizando a vida da família.

O problema é que o "infernizar" nesse caso não é metáfora... a série descamba do terror psicológico para o terror físico, na mesma vibe de filmes como "Corra" e  "Nós", que eu já não tinha gostado muito.

E vai mais além do além (isso também não é metáfora), com algumas cenas que tem até revoltado algumas pessoas, com criança morrendo dentro de saco e gente queimada de cabeça pra baixo em crucifixo em culto macabro.

Tirando isso, a direção de arte é legal... mas não dou mais que nota 5. Custei a terminar a temporada, provavelmente não haverá uma segunda... 

https://www.imdb.com/title/tt9064858/

 

Inside no. 9 S06E05 How do you plead?

O episódio dessa semana da melhor série em cartaz mantém o altíssimo nível de texto e roteiro dos criadores Shearsmith e Pimberton.

Mais um da temporada que dá show de criatividade considerando as condições de produção na pandemia, com número de atores reduzido e apenas uma locação.

Para não dar spoiler vou dizer só que resultou em uma junção bem equilibrada de drama com terror.

O ator Derek Jacobi mandou muito bem em sua participação neste episódio.

Assistam abaixo o review do episócio no blog Brain Pilot:

 

Nota 9, se é que me entendem!!!

Oxigênio (2021)

 

Esperando o padrão netflix, comecei a assistir com muita preguiça, mas no final até que merece uma nota 7.

A sinopse é uma mulher que acorda dentro de uma cápsula de criogenia com o oxigênio acabando.

O argumento que vai se revelando ao longo do filme  é até razoável, apesar de muita coisa não ser verossímil ou plausível, características que eu valorizo muito na ficção científica. Nesse sentido a tal cápsula é uma espécie de caixão com telefone - para que você colocaria um monte de monitores de vídeo e uma tela touch screen com direito a um supercomputador dentro de uma câmara de criogenia?...

O problema é que mesmo gastando todo o dinheiro nas poucas cenas de efeitos especiais, já que o elenco e locações são bem reduzidos, com praticamente somente a atriz e um cenário - o roteiro falha em potencializar e dramatizar as surpresas e revelações que vai aos poucos fazendo ao espectador, o que torna a compreensão dos "mistérios" do filme bem sem graça...

Filmes do gênero como Matrix ou até mesmo Contra o tempo que segue uma estrutura narrativa quase igual são bem melhor sucedidos.

https://www.imdb.com/title/tt6341832/

 

Kapaemahu (2020)

 

Que lindo curta de animação!!

Falado no dialeto Havaiano e com uma arte muito bonita conta a história das pedras sagradas da praia de Waikiki.

Prova de que somente com alguns minutos é possível abordar de maneira bacana uma série de temas relevantes relacionados à diversidade étnica, cultural, patrimônio histórico, dentre outros.

Nota 10!  Disponível no link: https://www.kapaemahu.com/

Algumas imagens do sítio na Praia de Waikiki vc pode conferir neste vídeo: https://youtu.be/wWxY3ewxLnU

 

 

 

 

A Mulher na Janela (2021)

 

Padrão netflix = elenco caríssimo e filme ruim.

O filme começa como "Janela Indiscreta", depois muda para "Os outros" e termina com "Eu sei o que vocês fizeram no verão passado".

Se tivesse terminado como "Os outros" ainda ficava melhor, mas depois desse suposto final ainda tem mais meia hora para terminar de estragar o filme.

Nem as boas atuações do Gary Oldman, Julianne Moore e Amy Adams juntas salvam o filme.

Fico só imaginando o quanto esses atores recebem de cachê para toparem colocar esses filmes netflix no currículo...

Nota 4, não recomendo, assista qualquer um do Hitchcock que é melhor suspense garantido.

 

Hebe: A Estrela do Brasil (2019)

 

 Achei uma ótima sacada a inversão dos planos, do fundo do palco mostrando o personagem de costas e a plateia de frente ou nas laterais/diagonais, mostrando a coxia e os bastidores. 

Coragem e esforço louvável da atriz, mas deixou a desejar, a preparação de corpo para fazer os gestos da apresentadora foi legal, mas a de voz não foi bem. 

Se pretendeu entrar na questão da violência contra a mulher, acho que acaba surtindo o efeito contrário e reforçando o que queria criticar, se é que quis mesmo. 

A apresentadora tem muito material interessante no youtube, que recomendo ver (ou rever, para os mais velhos) depois do filme, principalmente os momentos hilários com Nair Bello e Lolita Rodrigues, as entrevistas com Clodovil e Jô Soares, é possível inclusive reconhecer alguns fragmentos que foram incorporados ao texto do filme. 

Nem bênção do Chico Xavier apaga o apoio ao Paulo Maluf, os vídeos estão todos lá no youtube, mas o que é mesmo imperdível é o Lula no sofá dizendo "Olha aqui Hebe eu vou te explicar". 

Nota 7 para o filme, recomendo só para quem assim como eu gosta de Cauby Peixoto, mas salvo engano ele não aparece no filme.

https://www.imdb.com/title/tt8631174/ 

 

O passado / Le passé (2013)

 

Bom filme, indicado a palma de ouro e vencedor de melhor atriz em #Cannes2013 selecionado mas não indicado para o #oscar2014, compõe a filmografia do bioscarizado e aclamado diretor iraniano Asghar Farhadi, junto com os ótimos "Uma separação" (2011) - o meu favorito, #oscar2012 de melhor filme estrangeiro - ,  "O apartamento" (2016)  / #Oscar2017 e "Todos já sabem" (2018) - indicado a palma de ouro em #Cannes2018, esse último com um elenco mais conhecido dos brasileiros.

Nesse o diretor segue tratando com muita competência e sensibilidade os dramas familiares do cotidiano, que conferem muita beleza aos seus filmes.

A sinopse é um marido iraniano que quatro anos após abandonar a mulher e filhas de um relacionamento anterior, vem a Paris para formalizar o divórcio, e a encontra vivendo com um homem mais jovem, cuja esposa se encontra em coma, por ter tentado suicídio.

Apesar do ótimo argumento e prêmios, o roteiro e desempenho do elenco não são tão bons como nos outros filmes do diretor, os arcos de personagens e performances poderiam render mais, mas considerado no conjunto da obra, faz todo sentido.

Destaque para os atores mirins que fazem as filhas e filho envolvidos na trama.

Nota 7, recomendo junto com os outros citados. 

https://www.imdb.com/title/tt2404461/

 

Desobediência (2017)

 

Mediano a ruim.

Muitos filmes recentes sobre essa temática tem deixado a desejar, p. ex. Ammonite, Carol e outros.

A sinopse é uma fotógrafa novaiorquina (R Weiss) que retorna a sua comunidade judaica ortodoxa em Londres para o funeral de seu pai, o rabino, e se reencontra com uma amiga de infância (R McAdams) casada com o melhor amigo das duas.

Tirando filmes de guerra e sem mencionar a filmografia do Woody Allen e Steven Spielberg, um filme que sempre cito sobre  questões judaicas é o Footnote.

E tem também a boa série recente Our Boys.

Nota 6. Não recomendo. 

Dispense esse e vá direto ao ótimo Retrato de uma jovem mulher em chamas ou ao tórrido Azul é a cor mais quente.

E sempre vale lembrar os merecidíssimos oscars da Charlize Theron em 2004 por Monster e Hillary Swank em 1999 por Meninos não choram.

 

 

 

Brotherhood (2018)

 

Indicado ao #oscar2020 de melhor curta, bom filme mas não faz jus à indicação.

A sinopse é o cotidiano de uma família tradicional no interior da Tunísia, impactado pelo retorno do filho mais velho que abandona o front de guerra e volta para casa com uma esposa muçulmana.

A temática da discriminação da mulher nesse contexto está melhor tratada até em séries medianas como Califat e muitos longas bons, destaco o Incendies. 

Nota 7, dispensável, a menos que vc como eu tenha TOC de assistir sistematicamente todos os concorrentes ao oscar. 

https://www.imdb.com/title/tt8906678/

 

Dois Estranhos / Two Distant Strangers (2020)

 

Bom curta, veio na temática de racismo predominante no #oscar2021, explicitamente citando George Floyd e ganhou a estatueta.

Mas filme por filme, O presente merecia mais.

Bom filme, o roteiro é basicamente o de loop temporal que já estamos acostumados a ver, bem utilizado para o que pretendia, mas dentre os que concorreram eu o colocaria em terceiro lugar, atrás de White Eye. 

Mesmo assim recomendo, vale conferir, nota 7.

Disponível no catálogo netflix. 

https://www.netflix.com/br/title/81447229

 

Bad therapy (2020)

Mediano a fraco, dormi no meio.

O argumento é até bom - casal vai para a terapia e a terapeuta fica interessada no marido - mas apesar do bom elenco, o roteiro não explora tudo que poderia a partir dele.

Nota 5... 

Se gostou do argumento, não perca tempo com esse e vá direto ao ótimo Amante Duplo do François Ozon. Ou reveja o antigo Don Juan deMarco com o Jonny Depp e Marlon Brando.

Bem melhores também são O lado bom da vida  e 3 Cristos. 

E tem o clássico Um estranho no ninho.

Ou se quer um filme sobre terapeutas para dançar a cabeça aí seria o Coringa, mesmo.

 

O Lado Bom da Vida / Silver Linings Playbook (2012)

 

Esse é o melhor filme que já vi sobre transtorno bipolar, até porque não me lembro de outro agora. 

Nota 9! eM 2012 B Cooper já estava a caminho da calçada da fama. 

Depois de mandar bem em "se beber não case" o ator está só aumentando sua lista de filmes ótimos com 'limitless", "the place beyond the pines" e agora esse, ao lado do De Niro, que também está muito bem.

"Nasce uma estrela" bombou mas não curti muito.

 https://www.imdb.com/title/tt1045658/

La enfermedad del domingo / O vazio do domingo (2018)

 

Eu costumava dizer que Festa de Família é o drama mais bruto que já vi, mas depois desse e Mother, tenho que alargar esse pódio.

Mordi a língua pois andei escrevendo aqui que não ia mais ver filme produzido pela Netfilix, mas esse saiu da curva.

Este não é o melhor filme para ver na pandemia pois vai te convencer do quanto é difícil (e até irracional) achar algum motivo ou sentido para levantar da cama nas segundas-feiras, ou em qualquer outro dia da semana.

Tarja preta, se tem predisposição para depressão, não assista. Se for psicólogo(a), é absolutamente imperdível.

O tema é o abismo irreconciliável entre pais e filhos, particularmente entre mãe e filha. De tantos filmes que temos visto abordando ângulos diferentes das questões do universo feminino, esse é um dos mais potentes. 

A sinopse é uma senhora da alta sociedade que abandonou uma filha aos oito anos de idade, a qual vem procurá-la 30 anos depois, com um inesperado pedido para que passem dez dias juntas.

O filme tem um ritmo bem lento, mas é tenso demais, violência psicológica e desgraçamento mental em dose cavalar, embalados em uma fotografia deslumbrante, nesse aspecto o filme é lindíssimo, as imagens são extremamente belas e metafóricas.

 

O roteiro é impecável, as duas personagens tem muitas camadas, que se multiplicam ao se chocarem e impactarem os outros familiares envolvidos - pai, marido, irmã, namorado... até a cadela é um personagem chave da história.

As duas atrizes, experientes de ótimos papéis anteriores no cinema espanhol, estão sensacionais, é raro ver uma química tão boa.

Nota 9, recomendo só para quem consegue lidar bem com aquele desejo que de vez em quando sentimos, de matar um parente.

Disponível no catálogo netflix.

https://www.imdb.com/title/tt6053948/