Cotado nas listas para o #oscar2023, é mais um na categoria "defendo o que eu critico".
Ótimo elenco, atuações mais que competentes seja do ors concurs Anthony Hopkins e da Anne Hathaway (O Diabo veste Prada), Jeremy Strong (Succesion) e também dos atores mirins Baks e Jaylin.
Porém o filme deixa a sensação como se diz por aí de "chupar bala sem tirar o papel".
A sinopse é um garoto judeu impertinente e rebelde que estuda em escola pública pela postura ideológica dos pais democratas de classe média alta e que constrói uma amizade baseada na afinidade pela rebeldia com um garoto negro de origem pobre. No fundo, a sua relação com o avô, que trata um câncer.
Mesmo com um ótimo argumento e bons personagens, o filme não se liberta dos clichês e não consegue dar nem voz nem visibilidade para o garoto negro estereotipado, caindo exatamente naquilo que pretendia criticar que é exatamente uma "narrativa branca". Ou talvez seja ingenuidade minha achar que o filme iria mostrar que a amizade dos meninos iria superar a distância social entre eles.
Ou será que a mensagem seria exatamente que o desejo democrático de igualdade não passa de uma hipocrisia? É um pouco o que temos no Brasil, em que todo mundo pensa "isso não é problema meu".
A eleição do Reagan na década de 1980 é o que conecta com as pretensões de Trump em 2022, em cujo resort aliás o nosso fascista mais votado foi passar férias e deixou uma banana para seus patriotários.
No filme o patrono da escola para onde o menino judeu é transferido é o pai do Donald Trump e a Jessica Chastain faz uma ponta espetacular como a irmã dele.
Eu não curti muito o anterior do diretor - Ad Astra. Segundo algumas críticas o filme seria uma autobiografia, se for isso então uma terapia para tratar a culpa teria sido mais barata, né.
Nota 6, fica a seu critério, mas onde eu esperava denúncia, encontrei só conformismo mesmo.
https://www.imdb.com/title/tt10343028/
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