quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Duna a profecia (2024)


Dizem as más línguas que o George Lucas (Guerra nas Estrelas) fez um plágio descarado do Frank Herbert...

Assisti o filme 2 no Imax e foi uma experiência incrível.

Eu tenho a versão do David Lynch autografada

Em que pese faça jus ao visual dos filmes do Denis Villeneuve, essa série bem que podia se chamar "As freiras fofoqueiras do espaço"...

Não me entra na cabeça que quem tem nave que faz dobra espacial tem que lutar com espada. 

Adição comercial ao universo de Duna, tentando expandira mitologia criada por Frank Herbert. Tudo que vende pode vender mais um pouco... 

O roteiro é baseado no livro "Sisterhood of Dune" de Brian Herbert (filho do autor...)  e Kevin J. Anderson. 

A trama se passa 10.000 anos antes dos eventos dos filmes de Denis Villeneuve e foca na origem da ordem secreta das freiras Bene Gesserit. A série explora as origens das dinâmicas de poder que culminam nos eventos vistos nos filmes. A história acompanha as irmãs Valya e Tula Harkonnen, interpretadas por Emily Watson e Olivia Williams. A narrativa é rica em intrigas políticas e jogos de poder, explorando temas de controle, influência e a busca pelo poder.

Ou seja, é uma espécie de Game of Thrones intergalático... a crítica gostou e nas críticas que eu li, a série foi elogiada pela "complexidade política e debates éticos", que são fundamentais no universo fictício de Herbert.

Produção e efeitos visuais custaram caro... combinando sets reais e extensões digitais para criar cenários imponentes e realistas.  Nota alta para fotografia e design de arte... 

De todo modo salva um pouco pelas questões relacionadas ao empoderamento feminino que levanta.

Nota 7, recomendo para quem gosta de novela em que a vilã é a madre superiora.

Disponível nos streamings max e prime video.

Duna: A Profecia (Série de TV 2024– ) - IMDb






















Los Impactados (2023)


Eu sou fã demais do cinema argentino, alguns recentes que resenhei aqui no blog: Argentina 1985Los delincuentes.

Mas especialmente os da dupla Gaston Duprat e Mariano CohnCompetência oficial,  Cidadão IlustreQuerida voy a comprar cigarrillos e vuelvoEl hombre de al lado e Mi obra maestra

Esse é diferentão e mistura drama e suspense. 

Dirigida por Lucía Puenzo, a trama gira em torno de Ada (Mariana Di Girólamo), uma fazendeira e veterinária que, após ser atingida por um raio, fica traumatizada e entra em um grupo de apoio para sobreviventes de acidentes semelhantes. Nesse sentido lembra um pouco O Clube da Luta e o clássico Crash de David Cronenberg.

A história acompanha sua jornada de recuperação e busca de sentido para a vida, com dor e prazer, enquanto ela lida com os desafios emocionais e físicos decorrentes do incidente. O roteiro é habilmente construído, explorando temas de trauma, resiliência e a busca por sentido em meio ao caos.

Indicado a vários prêmios importantes, foi destaque em festivais de cinema internacionais, incluindo Cannes, onde recebeu elogios por sua direção, roteiro e performances. 

Nota 7, recomendo para quem gosta de drama psicológico.

Disponivel Netflix: Os Impactados | Netflix



Os provocadores (2024)


Bom filme de comédia de ação, o que me chamou mais atenção foram as falas mais compridas e bem escritas.

Dirigido por Doug Liman, conhecido por sucessos como A Identidade Bourne e No Limite do Amanhã e Sr. e Sra. Smith, roteiro batidinho de assalto que dá errado, mas garante o entretenimento.

A trama gira em torno de Rory (Matt Damon) e Cobby (Casey Affleck), dois parceiros improváveis: um pai desesperado com dívidas e um ex-presidiário. Eles são contratados para realizar um assalto aos ganhos ilícitos do prefeito corrupto, o plano dá errado e eles tem que fugir. A terapeuta de Rory, interpretada por Hong Chau, acaba se juntando à dupla.

Enfim segue a mesma receitinha de 11 Homens e um segredo e continuações,  Magnatas do Crime,  Confidence,  Vida bandida, Roubo em família, Trem Bala e os filmes do Guy Ritchie, que sou fã.

Os Provocadores (2024) - IMDb

Disponivel Apple TV.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

O menino e a garça (2023)

 


O que o Disney um dia sonhou e não fez é o que o Miyazaki FAZ.

#Oscar2024 de animação inquestionável, pra nenhum ator dublador mequetrefe ficar falando asneira por aí...

Retorno triunfal do aclamado diretor após um hiato de uma década, obra-prima que combina elementos autobiográficos com a fantasia característica do cineasta, resultando em uma narrativa profunda e visualmente lindíssima, como sempre.

Roteiro adaptado, o filme segue Mahito Maki, um jovem que perde a mãe durante a Segunda Guerra Mundial. Ao se mudar para o campo com o pai e a nova madrasta, Mahito encontra uma garça-cinzenta enigmática que o conduz a um mundo fantástico, onde ele embarca em uma jornada de autodescoberta e enfrentamento do luto. A narrativa aborda temas universais como perda, amadurecimento e a busca por sentido em meio ao caos, refletindo experiências pessoais de Miyazaki, tornando o filme uma obra semi-autobiográfica.

Com uma produção que nem os milhares de funcionários da Disney jamais conseguiram igualar em qualidade, Miyazaki demonstra mais uma vez a sua arte insuperável. Sua habilidade em misturar realidade e fantasia na animação feita à mão proporciona uma experiência cinematográfica única, com visuais exuberantes e uma atenção meticulosa aos detalhes. O filme é considerado um manifesto ao Studio Ghibli, unindo o melhor do estilo de Miyazaki em uma obra que celebra a imaginação e a criatividade.

Mais uma vez o renomado compositor japonês Joe Hisaishi, parceiro de longa data de Miyazaki e do Studio Ghibli arrasou na trilha sonora. Essa colaboração, que remonta a Nausicaä do Vale do Vento (1984), é uma das mais emblemáticas do cinema, responsável por criar algumas das trilhas mais inesquecíveis da história da animação.  Hisaishi utiliza uma combinação de instrumentos tradicionais japoneses, orquestrações clássicas e arranjos minimalistas, criando uma trilha que se harmoniza perfeitamente com a atmosfera onírica e melancólica da narrativa. 

Enfim, uma obra que transcende as barreiras da animação, oferecendo uma narrativa rica em simbolismos e emoções. Acombinação da direção visionária de Miyazaki com a excelência técnica do Studio Ghibli resulta em um filme que não apenas encanta visualmente, mas também provoca reflexões profundas sobre a vida, a perda e a resiliência humana.

Imperdível, nota 9.

O Menino e a Garça (2023) - IMDb

































sábado, 14 de dezembro de 2024

Megalopolis (2024)

O título diz muito. Esse filme quer ser mega. Ambição utópica (ou distópica?) maior que o filme...

Francis Ford Coppola, um dos cineastas mais icônicos da história do cinema, retorna com um projeto que ele venha talvez sonhando por décadas... Ele é reconhecido por filmes marcantes e revolucionários como O Poderoso Chefão e sua continuação e Apocalypse Now.  De certa maneira ele sempre foi um cineasta que se arriscou, explorando temas complexos e desafiando normas de Hollywood.

 Nesse eu achei que tem muita influência do Godard na maneira de construir a narrativa e a estética visual. Vide minha humilde resenhazinha do Imagem e Palavra. 

Elenco impressionante, incluindo Adam Driver como Cesar Catilina, Giancarlo Esposito como o prefeito Franklyn Cicero, Nathalie Emmanuel como Julia Cicero, Aubrey Plaza como Wow Platinum, Shia LaBeouf como Clodio Pulcher, John Voight como Hamilton Crassus III, Laurence Fishburne como Fundi Romaine, e Talia Shire como Constance Crassus Catilina. 

Fica entre o drama e ficção. A trama se passa em uma cidade futurista e utópica chamada Megalópolis alter locus de Nova Iorque, onde o progresso tecnológico e a arquitetura avançada coexistem com profundas desigualdades sociais e políticas.

A história gira em torno de Cesar Catilina (Adam Driver), um arquiteto visionário e idealista que sonha em transformar Megalópolis em uma verdadeira utopia. Ele acredita que, através da arquitetura e do planejamento urbano, é possível criar uma sociedade perfeita onde todos possam prosperar. No entanto, seu sonho enfrenta resistência de Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), o prefeito da cidade, que está comprometido em manter o status quo e perpetuar a ganância e a desigualdade.

Para ser mega tem que ser simples.

Cesar encontra apoio em Julia Cicero (Nathalie Emmanuel), filha do prefeito, que compartilha de sua visão utópica e se torna sua aliada na luta por mudanças. Juntos, eles tentam convencer a população e os líderes da cidade a abraçar a visão de Cesar para um futuro melhor.

E só isso, porém graaaande na tela...

Segundo o site Literary Hub, O roteiro é inspirado em eventos históricos da Roma Antiga, a conspiração de Catilina, um senador romano que tentou derrubar a República Romana em 63 a.C. Lucius Sergius Catilina, o personagem histórico, buscou o consulado prometendo eliminar dívidas, mas foi derrotado por Marcus Tullius Cicero, que o denunciou no Senado. 

E de mais a mais, imperialismo romano e americano é tudo farinha megalomaniaca do mesmo saco. 

Com esse roteiro mixuruca e narcisistico sobra a fotografia que é tudo no filme, combinando  elementos de ficção científica e influências clássicas da era majestosa do cinema, criando uma estética visual que certamente o comentarista de carnaval Milton Cunha chamaria de deslumbrante...

A outra parte do título com certeza é uma referência ao clássico Metropolis

Enfim uma experiência cara do diretor (ele investiu US$ 120 milhões nessa brincadeira e para isso vendeu até uma vinícola).

Antes tivesse ficado com o vinho mesmo hein Coppola...

Nota 7, mas recomendo demais para arquitetos!

Nos cinemas.

Megalópolis (2024) - IMDb