quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

O auto da compadecida 2 (2024)


Tod@s ao cinema!!! Perfeitas as palavras de Flávia Lacerda que divide a direção da sequencia com o Guel Arraes: um filme para trazer novamente à tona o prazer de ser brasileiro!!!

A tão aguardada sequência chegou aos cinemas e não desaponta. Caso raríssimo em que a continuação fica à altura do primeiro filme.

Dirigido por Flávia Lacerda e Guel Arraes, que também esteve à frente do primeiro filme, a nova produção traz de volta os icônicos personagens de Suassuna João Grilo e Chicó, interpretados por Matheus Nachtergaele e Selton Mello. 

Além dos dois atores principais que conseguem trazer novamente a alma dos personagens, particularmente Nachtergaele, várias inserções homenageiam o elenco original e soma-se a participação de novos talentos e veteranos do cinema brasileiro. O Luis Miranda está impagável, Eduardo Sterblitch e Humberto Martins estão muito bem, o último, irreconhecível!

A química entre Matheus e Selton permanece intacta, com humor e emoção. 

Comparado ao primeiro filme, O Auto da Compadecida 2 mostra uma evolução natural. Enquanto o original era mais focado na comédia e na crítica social, a sequência vai um pouco mais fundo nas relações humanas e nas questões existenciais, sem perder o humor característico. A narrativa é mais complexa, explorando temas como a fé, a justiça e a redenção de maneira mais profunda.

Achei ótima as escolhas para o julgamento de João Grilo e também a Dona Rosinha empoderada!

Muitas referências e homenagens algumas muito sutis, por exemplo para A pessoa é para o que nasce e aos Trapalhões. 

Sem falar na direção de arte que não deixou de fora nenhum detalhe, da paçoca aos estandartes.

Para mim o ponto alto do filme é a montagem, com a dinâmica e ritmo perfeitos para o roteiro, que mantém a pegada cômica e crítica que marcou o primeiro, mas com a marca dos vinte anos que se passaram. 

A trilha sonora, composta por André Abujamra (que é um dos pouquíssimos artistas que já tietei explicitamente) e Paulinho Moska, é outro destaque que segura o roteiro do início ao fim. A trilha sonora do primeiro filme já era memorável, mas Abujamra conseguiu elevar ainda mais o nível, criando uma experiência auditiva inesquecível.

A fotografia é um espetáculo à parte, incorporando os avanços técnicos, paisagens e cenários do sertão nordestino, com a palheta quente. Escolha um bom cinema, eu assisti no Itaú Shopping e a projeção deixou um pouco a desejar.


Para os mais novos confiram no imdb a carreira do Guel Arraes como diretor, incluindo pérolas como Lisbela e o Prisioneiro, o Coronel e o Lobisomem, O Bem Amado e ótimas séries como Comédia da Vida Privada, Retrato Falado a longeva Grande Família e TV Pirata.


Muitos anos atrás subi no youtube o episódio a casa dos 40 da comédia da vida privada:


Em resumo, O Auto da Compadecida 2 é uma sequência digna de seu predecessor. Com uma direção impecável, um elenco talentoso, uma fotografia deslumbrante e uma trilha sonora envolvente, o filme consegue capturar a essência do original enquanto traz novas camadas de profundidade à história. É uma obra que celebra a cultura brasileira e continua a tradição de excelência do cinema nacional.

Nota 10! Imperdível!


Confiram essa entrevista dos diretores:


Só senti falta dessa fala do João Grilo:



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