Drama denso, indicado a melhor filme estrangeiro e melhor roteiro original no #Oscar2022. Vencedor de melhor atriz e indicado para palma de ouro em #Cannes2021.
O poster desse filme dá uma ideia um pouco errada do seu conteúdo, pois a alegria transmitida pela atriz na foto não é a tônica da história, pelo contrário, os temas são bem pesados.
Nessa cena do pôster, que seria o "tchan" da cinematografia do filme, não vi nada de extraordinário...
Mas talvez tenha sido mesmo essa intenção: tratar com leveza situações que envolvem separação, depressão, aborto, com a frieza que normalmente vemos no cinema nórdico, como por exemplo Rainha de Copas ou Druk, mas com muita naturalidade e racionalmente.
Aliás a racionalidade acaba sendo um dos motivos das brigas mostradas no filme, com a personagem argumentando que as palavras são insuficientes para falar das emoções.
A sinopse é uma jovem mulher com muitas dúvidas sobre que caminho seguir na vida, com uma coragem extrema para se desapegar, mudar e experimentar o novo, no amor e no trabalho e ir em busca da própria felicidade, mesmo se isso resultar em sofrimento para ela mesma ou para quem está ao seu redor, o que não deixa de ser um tipo de hedonismo.
Esse filme acaba fazendo um conjunto interessante com outros indicados para o #Oscar2022 como A filha perdida e Madres Paralelas, pois tem como pano de fundo a perspectiva da não aceitação da sociedade machista e seus sistemas de castração do feminino. Isso é discutido explicita e literalmente no filme.
O defeito dele entretanto é que nas duas horas de filme ele só realmente atinge a máxima densidade da mensagem na última meia hora, em que deixa claro que ambos os extremos de ser muito apegado às coisas e/ou pessoas, ou o contrário, de viver livre sem se amarrar a nada ou a ninguém, ambos nos deixam com muito pouco ou nada no final.
Nos noventa minutos iniciais ele lembra os filmes do Woody Allen.
O diálogo abaixo foi o que mais me impactou:
Eu Cresci em uma época em que a cultura era transmitida através dos objetos.
Eles eram interessantes porque nós podíamos viver entre eles.
Nós podíamos pegá-los. Segurá-los em nossas mãos. Compará-los.
Um pouco como livros?
Sim, um pouco como livros.
Isso é tudo o que tenho.
Passei minha vida fazendo isso.
Colecionando todas essas coisas, quadrinhos, livros...
Eu apenas continuei, mesmo quando isso parou de me dar as poderosas emoções que sentia no início dos meus 20 anos.
Eu continuei mesmo assim.
E Agora é tudo que me resta.
Conhecimento e memórias de coisas estúpidas e fúteis que ninguém dá a mínima.
Recomendo, nota 7. https://www.imdb.com/title/tt10370710/
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