domingo, 12 de janeiro de 2025

Club Zero (2023)


Indicado a palma de ouro em #Cannes2023.

Eu adorei o anterior dessa diretora: Little Joe.  

Esse também está com nota mediana 5,9 no imdb e eu curti de montão. 

Ou seja, é um para amar ou odiar...

A narrativa acompanha a professora de nutrição Miss Novak, interpretada por Mia Wasikowska, que aceita um emprego em uma escola de elite e estabelece um vínculo estreito com cinco alunos. A trama se desenrola quando a influência de Novak sobre os alunos toma um rumo perigoso.

Remete ao excelente A sala dos professores e também ao O professor substituto que o blogger anteriormente inclusive censurou minha postagem!...

Bom roteiro, tratando de temas como transtornos alimentares e negacionismo científico e claro, o mundo da escola, que só os mais chegados conhecem a maneira carinhosa que eu penso a respeito.

Nota 9, recomendo para quem gosta de professor, inclusive o tipo que convencem os alunos a passar fome.

Clube Zero (2023) - IMDb


Oppenheimer: The Real Story (2023)

Eu não gostei muito do filme do Nolan que está resenhado aqui no blog nesse LINK.

Tem outros doeumentários e materiais por aí, esse não é muito melhor que o longa...

Parece que foi feito com baixo orçamento, a maioria das cenas é de depoimentos e a montagem tb não é muito boa... 

Apesar das limitações técnicas, é interessante para ter uma perspectiva mais detalhada sobre a vida pessoal e as circunstâncias sociais e históricas que cercaram o nascimento e desenvolvimento da bomba atômica.

Decida vc mesmo(a) - disponível no youtube:



Inferno em La Palma (2024)


Assisti os 4 episódios em meia hora, só no fast forward e parando nas cenas de efeitos. Completamente dispensável.

Fui ver porque está nas tendências por aí, prometendo drama emocionante e envolvente, mas e é isso mesmo, porém com aquele temperinho e bronzeado norueguês...

A história gira em torno de uma família norueguesa de férias em La Palma quando ocorre auma erupção vulcânica 

Roteiro previsível e clichê até cansar, por isso que assisti na velocidade 3.  A separação constante da família protagonista, por exemplo, ocorre de maneira tão forçada e repetitiva que perde completamente o impacto emocional. 

Os personagens são outro ponto fraco. Apesar do esforço do elenco os personagens são unidimensionais e carecem de profundidade. Nenhum dos arcos cola.

Os efeitos especiais são o único ponto positivo... 

Enfim, nota 4. Não perca seu tempo, a menos que vc goste do ufa depois do tsunami.


sábado, 11 de janeiro de 2025

Bank of Dave (2023)



Boa comédia dramática britânica, menos física e mais focada no texto.

Abordagem sensível e envolvente para a história real de Dave Fishwick, um empresário de Burnley que luta contra as instituições financeiras de elite de Londres para criar um banco comunitário. O roteiro  captura a essência da determinação e resiliência de Fishwick, oferecendo uma narrativa cativante e inspiradora, uma mensagem contra a ganância.

Remete ao documentário Abacus, que concorreu ao #oscar2018. Meio que um Erin Brokovich modesto. 

Vale também comparar com The Founder, para entender um pouco mais sobre a lógica autofágica do capitalismo.

E outro parecido é o Dumb Money. 

Rory Kinnear está ótimo, em geral ele faz muitos trabalhos para TV, mas adorei bizarrão e diferente Men, de 2022, ele merecia até ter sido indicado para o Oscar.

O ritmo do roteiro pode parecer um pouco lento para quem gosta de careta e atuaçã ocorporal exagerada.

Nota 8, recomendo para quem gosta de comédia e não dorme se o filme não tiver correria.

O imdb menciona uma continuação chegando em 2025.

David Contra os Bancos (2023) - IMDb

Disponível Netflix: David Contra os Bancos | Netflix

Polite society / Belas e recatadas (2023)


Leve e divertido, bom entretenimento.

Eu curto muito o trabalho do Team Naach, confiram o canal delas no youtube

Aqui no blog não tem muitos indianos ou com elenco de indianos resenhados, em geral acho meio xarope, mas aí vão alguns que eu gostei e postei por aqui: RRR, Como estrelas sobre a Terra, Oh my god

Seguindo a tradição bollywoodiana esse mistura ação, comédia e artes marciais, transitando pela ação intensa com toques de humor e drama familiar novelesco.

A história gira em torno de Ria Khan, uma jovem artista marcial em formação que acredita que deve salvar sua irmã mais velha, Lena, de um casamento iminente. Com a ajuda de suas amigas, Ria planeja o sequestro de casamento mais ambicioso de todos os tempos, em nome da independência e sororidade.

Embora comece de maneira convencional, ele se torna progressivamente mais surreal e divertido, fugindo dos clichês típicos de comédias românticas 

O imdb menciona a série We are lady parts dirigida por essa diretora, parece bem xarope também... coloquei na fila.

Nota 7.5 Recomendo. Disponivel nos streamings.

Belas e Recatadas (2023) - IMDb

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Belas Maldições (2019~)



Ótima série, altamente recomendada para quem curte a obra do Neil Gaiman.

Roteiro envolvente, baseado na obra de Neil Gaiman e Terry Pratchett, mistura humor e drama de forma magistral. 

Leve, sobre a temática da amizade (ou algo a mais que isso) improvável entre um anjo e um demônio.

A primeira temporada segue de perto o enredo do livro, onde o anjo Aziraphale (Michael Sheen) e o demônio Crowley (David Tennant) formam uma improvável aliança para impedir o Apocalipse. A série começa com a criação do mundo e avança rapidamente para os dias atuais, onde o Anticristo, um garoto chamado Adam, está prestes a desencadear o fim dos tempos. Aziraphale e Crowley, que se afeiçoaram à vida na Terra, decidem sabotar os planos celestiais e infernais para salvar a humanidade.

A segunda temporada, embora não baseada diretamente no livro, expande a premissa com novas histórias e personagens, adentrando um pouco mais no gênero da comédia romântica. Aziraphale e Crowley continuam suas aventuras na Terra, enfrentando novos desafios e aprofundando sua amizade. A temporada explora temas como romance, redenção, sacrifício e a eterna luta entre o bem e o mal, mantendo o humor característico da série.

Neil Gaiman dispensa apresentações para os fãs de quadrinhos, é dele a melhor história já escrita e ponto final.

O elenco é top, a química entre os dois atores é sensacional e o elenco de apoio também, incluindo Jon Hamm como o arcanjo Gabriel, Miranda Richardson como Madame Tracy e Frances McDormand como a voz de Deus.

Outras séries com o dedo do Gaiman: Sandman (é claro), Lúcifer e Deuses Americanos, todas igualmente recomendadas!

Para Good Omens minha nota é 8! Vale a pipoca!


A semente do fruto sagrado (2024)



Eu curto demais o cinema iraniano, tem vários resenhados aqui no blog: Um herói, O passado, 3 Faces

Indicado a Palma de Ouro em #Cannes2024, e ao do Globo de Ouro 2024 de filme em língua não inglesa. Provável concorrente do Ainda Estou Aqui no #Oscar2025, curiosamente como entrada da Alemanha...

Remete diretamente ao premiado Holy Spider, à opressão política e os recentes conflitos na sociedade iraniana em torno da moral e condição feminina no islamismo.

Outros que pegam essa temática, que já comentei aqui no blog:SouadAprendendo a andar de skate me uma zona de guerraIncendies .

E um dos meus favoritos, do diretor  Asghar Farhadi é Uma Separação. 

Coloquei na minha fila outro do mesmo diretor, que já foi preso algumas vezes, para conferir: O mal não existe.

Rasoulof é conhecido por seu estilo de direção que combina realismo e simbolismo, criando narrativas que são ao mesmo tempo pessoais e universais. Nesse ele utiliza imagens reais dos protestos de 2022-2023 no Irã, misturando um pouco ficção e realidade.

A história gira em torno de Iman, um juiz de instrução recém-promovido no Tribunal Revolucionário de Teerã, que enfrenta uma batalha interna contra a paranoia e o esgotamento mental, em meio à agitação política de uma onda de protestos libertários desencadeada pela morte de uma jovem. 

Quando sua arma pessoal desaparece misteriosamente, Iman começa a desconfiar de sua própria família, especialmente de sua esposa e filhas, impondo regras rígidas e medidas extremas que rapidamente minam os laços familiares.

A trama gira essencialmente em torno do poder masculino na família islâmica, com uma narrativa intensa e provocativa, questionando até onde a pressão pode levar uma pessoa e como isso pode transformar a dinâmica de uma família em tempos de crise.

Bom filme, bom drama, mas comprido demais: 2h47... e também não gostei muito do final, daí minha nota 6.

A cena do interrogatório que aparece no poster é excelente.

Nos cinemas.

https://www.imdb.com/pt/title/tt32178949/


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

O auto da compadecida 2 (2024)


Tod@s ao cinema!!! Perfeitas as palavras de Flávia Lacerda que divide a direção da sequencia com o Guel Arraes: um filme para trazer novamente à tona o prazer de ser brasileiro!!!

A tão aguardada sequência chegou aos cinemas e não desaponta. Caso raríssimo em que a continuação fica à altura do primeiro filme.

Dirigido por Flávia Lacerda e Guel Arraes, que também esteve à frente do primeiro filme, a nova produção traz de volta os icônicos personagens de Suassuna João Grilo e Chicó, interpretados por Matheus Nachtergaele e Selton Mello. 

Além dos dois atores principais que conseguem trazer novamente a alma dos personagens, particularmente Nachtergaele, várias inserções homenageiam o elenco original e soma-se a participação de novos talentos e veteranos do cinema brasileiro. O Luis Miranda está impagável, Eduardo Sterblitch e Humberto Martins estão muito bem, o último, irreconhecível!

A química entre Matheus e Selton permanece intacta, com humor e emoção. 

Comparado ao primeiro filme, O Auto da Compadecida 2 mostra uma evolução natural. Enquanto o original era mais focado na comédia e na crítica social, a sequência vai um pouco mais fundo nas relações humanas e nas questões existenciais, sem perder o humor característico. A narrativa é mais complexa, explorando temas como a fé, a justiça e a redenção de maneira mais profunda.

Achei ótima as escolhas para o julgamento de João Grilo e também a Dona Rosinha empoderada!

Muitas referências e homenagens algumas muito sutis, por exemplo para A pessoa é para o que nasce e aos Trapalhões. 

Sem falar na direção de arte que não deixou de fora nenhum detalhe, da paçoca aos estandartes.

Para mim o ponto alto do filme é a montagem, com a dinâmica e ritmo perfeitos para o roteiro, que mantém a pegada cômica e crítica que marcou o primeiro, mas com a marca dos vinte anos que se passaram. 

A trilha sonora, composta por André Abujamra (que é um dos pouquíssimos artistas que já tietei explicitamente) e Paulinho Moska, é outro destaque que segura o roteiro do início ao fim. A trilha sonora do primeiro filme já era memorável, mas Abujamra conseguiu elevar ainda mais o nível, criando uma experiência auditiva inesquecível.

A fotografia é um espetáculo à parte, incorporando os avanços técnicos, paisagens e cenários do sertão nordestino, com a palheta quente. Escolha um bom cinema, eu assisti no Itaú Shopping e a projeção deixou um pouco a desejar.


Para os mais novos confiram no imdb a carreira do Guel Arraes como diretor, incluindo pérolas como Lisbela e o Prisioneiro, o Coronel e o Lobisomem, O Bem Amado e ótimas séries como Comédia da Vida Privada, Retrato Falado a longeva Grande Família e TV Pirata.


Muitos anos atrás subi no youtube o episódio a casa dos 40 da comédia da vida privada:


Em resumo, O Auto da Compadecida 2 é uma sequência digna de seu predecessor. Com uma direção impecável, um elenco talentoso, uma fotografia deslumbrante e uma trilha sonora envolvente, o filme consegue capturar a essência do original enquanto traz novas camadas de profundidade à história. É uma obra que celebra a cultura brasileira e continua a tradição de excelência do cinema nacional.

Nota 10! Imperdível!


Confiram essa entrevista dos diretores:


Só senti falta dessa fala do João Grilo:



terça-feira, 7 de janeiro de 2025

MÚSICAS E VOZES DO MUNDO: RADIO GARDEN

Esse link é top!

Um mapa global interativo que permite vc ouvir qualquer rádio do planeta!!

Cada pontinho é uma estação.

Dica: use junto com o Shazam!

https://radio.garden/




sábado, 4 de janeiro de 2025

NIght sky / Céu noturno [Anos-luz???] (2022~)


Boa série da Amazon,  lançada em 2022, leve de assistir, combina elementos de ficção científica e drama. 

O enredo gira em torno de Irene (Sissy Spacek) e Franklin York (J.K. Simmons), um casal de idosos do interior estadunidense que descobre uma câmara subterrânea em seu quintal, que os teletransporta para um planeta deserto e misterioso. Ao longo dos episódios, a série explora temas como resiliência, luto, trauma e mortalidade e acaba perdendo um pouco o bom foco quando entra em subtramas envolvendo portais e sociedades secretas.

A rotina do casal muda drasticamente com a chegada do misterioso jovem Jude, interpretado por Chai Hansen, o que gera conflitos e novas dinâmicas familiares.

NOta 7, recomendo. 

Alguém deveria ser demitido por essa tradução do título hein.

Anos-luz (Série de TV 2022) - IMDb

Disponivel Prime video e apple tv.







Constellation (2024~)


Bom entretenimento, mais uma boa produção da Apple TV para quem gosta do gênero ficção, mas não me empolgou...

A trama segue Jo, uma astronauta que retorna à Terra após um desastre no espaço e descobre que partes importantes de sua vida estão diferentes ou ausentes, levando-a a questionar sua própria sanidade e a buscar a verdade sobre o que realmente aconteceu. Determinada a desvendar os segredos ocultos das viagens espaciais, ela começa sua jornada de recuperação. Ela se vê inserida numa realidade alternativa à que deixou quando partiu para a missão. A parte do roteiro que lida com a física quântica é bem ruinzinha... 

Nesse quesito Matéria Escura é bem melhor...

Salva pela produção, com bons efeitos visuais. Tenta puxar para o lado psicológico com elementos de suspense mas vários personagens acabem ficando subdesenvolvidos, pois foi cancelada após a 1a temporada...

Nota 5, recomendo só para quem não é exigente com roteiro que se mete a falar de física quântica...

Constelação (Série de TV 2024) - IMDb

Disponível Apple TV.


Gladiador 2 (2024)


O Oliver Stone tem razão... muito óleo e fala grossa para pouco filme... não se compara ao primeiro.

Após mais de duas décadas desde o lançamento do predecessor icônico, Ridley Scott caiu na besteira de fazer essa continuação, para tentar contar a história de Lucius, filho de Lucilla e do general Maximus do primeiro filme. Lucius, agora um jovem adulto, é forçado a entrar no Coliseu depois que sua esposa é morta e sua cidade é conquistada por imperadores romanos tirânicos que usam pó de arroz e rouge. 

Infelizmente o elenco estelar incluindo Paul Mescal, Pedro Pascal, Denzel Washington e Connie Nielsen não segura o filme, que mais parece novela mexicana dublada. A trama tenta explorar temas de honra, vingança e sacrifício, mas nem se fosse dublado em espanhol daria certo.

O que salva um pouco é mesmo é o design de produção da Roma antiga, com destaque para o Coliseu, inclusive com batalha naval.

O primeiro arrematou  cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Russell Crowe. A história de vingança e redenção de Maximus cativou o público e estabeleceu um novo padrão para filmes épicos. Sem falar na trilha sonora do Hans Zimmer, cantada pela Lisa Gerrard do Dead Can Dance, que quem me conhece, sabe que amo de paixão.



Dessa vez não contrataram o compositor que tem uma dúzia de oscars (isso não é hipérbole) e a trilha repete várias do primeiro...

É um exagero sem tamanho incluir o Denzel na lista de pré-indicados para o #oscar2025. Até o momento, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro, incluindo Melhor Ator Coadjuvante para ele. Há especulações de que o filme também possa ser indicado ao #Oscar2025, especialmente nas categorias técnicas como Design de Produção e Trilha Sonora :o :o :o

Nesse gênero específico, além do primeiro, fica baixo de outros como Tróia, Alexandre e 300... 

Enfim, tudo que vende pode vender mais um pouco.

Nota 5, recomendo para quem curte ver barriga de tanquinho e barba comprida.

Assista o Blade Runner ou Thelma e Louise de novo que é mais negócio.

Disponivel nos streamings

Gladiador II (2024) - IMDb.












quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Duna a profecia (2024)


Dizem as más línguas que o George Lucas (Guerra nas Estrelas) fez um plágio descarado do Frank Herbert...

Assisti o filme 2 no Imax e foi uma experiência incrível.

Eu tenho a versão do David Lynch autografada

Em que pese faça jus ao visual dos filmes do Denis Villeneuve, essa série bem que podia se chamar "As freiras fofoqueiras do espaço"...

Não me entra na cabeça que quem tem nave que faz dobra espacial tem que lutar com espada. 

Adição comercial ao universo de Duna, tentando expandira mitologia criada por Frank Herbert. Tudo que vende pode vender mais um pouco... 

O roteiro é baseado no livro "Sisterhood of Dune" de Brian Herbert (filho do autor...)  e Kevin J. Anderson. 

A trama se passa 10.000 anos antes dos eventos dos filmes de Denis Villeneuve e foca na origem da ordem secreta das freiras Bene Gesserit. A série explora as origens das dinâmicas de poder que culminam nos eventos vistos nos filmes. A história acompanha as irmãs Valya e Tula Harkonnen, interpretadas por Emily Watson e Olivia Williams. A narrativa é rica em intrigas políticas e jogos de poder, explorando temas de controle, influência e a busca pelo poder.

Ou seja, é uma espécie de Game of Thrones intergalático... a crítica gostou e nas críticas que eu li, a série foi elogiada pela "complexidade política e debates éticos", que são fundamentais no universo fictício de Herbert.

Produção e efeitos visuais custaram caro... combinando sets reais e extensões digitais para criar cenários imponentes e realistas.  Nota alta para fotografia e design de arte... 

De todo modo salva um pouco pelas questões relacionadas ao empoderamento feminino que levanta.

Nota 7, recomendo para quem gosta de novela em que a vilã é a madre superiora.

Disponível nos streamings max e prime video.

Duna: A Profecia (Série de TV 2024– ) - IMDb






















Los Impactados (2023)


Eu sou fã demais do cinema argentino, alguns recentes que resenhei aqui no blog: Argentina 1985Los delincuentes.

Mas especialmente os da dupla Gaston Duprat e Mariano CohnCompetência oficial,  Cidadão IlustreQuerida voy a comprar cigarrillos e vuelvoEl hombre de al lado e Mi obra maestra

Esse é diferentão e mistura drama e suspense. 

Dirigida por Lucía Puenzo, a trama gira em torno de Ada (Mariana Di Girólamo), uma fazendeira e veterinária que, após ser atingida por um raio, fica traumatizada e entra em um grupo de apoio para sobreviventes de acidentes semelhantes. Nesse sentido lembra um pouco O Clube da Luta e o clássico Crash de David Cronenberg.

A história acompanha sua jornada de recuperação e busca de sentido para a vida, com dor e prazer, enquanto ela lida com os desafios emocionais e físicos decorrentes do incidente. O roteiro é habilmente construído, explorando temas de trauma, resiliência e a busca por sentido em meio ao caos.

Indicado a vários prêmios importantes, foi destaque em festivais de cinema internacionais, incluindo Cannes, onde recebeu elogios por sua direção, roteiro e performances. 

Nota 7, recomendo para quem gosta de drama psicológico.

Disponivel Netflix: Os Impactados | Netflix



Os provocadores (2024)


Bom filme de comédia de ação, o que me chamou mais atenção foram as falas mais compridas e bem escritas.

Dirigido por Doug Liman, conhecido por sucessos como A Identidade Bourne e No Limite do Amanhã e Sr. e Sra. Smith, roteiro batidinho de assalto que dá errado, mas garante o entretenimento.

A trama gira em torno de Rory (Matt Damon) e Cobby (Casey Affleck), dois parceiros improváveis: um pai desesperado com dívidas e um ex-presidiário. Eles são contratados para realizar um assalto aos ganhos ilícitos do prefeito corrupto, o plano dá errado e eles tem que fugir. A terapeuta de Rory, interpretada por Hong Chau, acaba se juntando à dupla.

Enfim segue a mesma receitinha de 11 Homens e um segredo e continuações,  Magnatas do Crime,  Confidence,  Vida bandida, Roubo em família, Trem Bala e os filmes do Guy Ritchie, que sou fã.

Os Provocadores (2024) - IMDb

Disponivel Apple TV.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

O menino e a garça (2023)

 


O que o Disney um dia sonhou e não fez é o que o Miyazaki FAZ.

#Oscar2024 de animação inquestionável, pra nenhum ator dublador mequetrefe ficar falando asneira por aí...

Retorno triunfal do aclamado diretor após um hiato de uma década, obra-prima que combina elementos autobiográficos com a fantasia característica do cineasta, resultando em uma narrativa profunda e visualmente lindíssima, como sempre.

Roteiro adaptado, o filme segue Mahito Maki, um jovem que perde a mãe durante a Segunda Guerra Mundial. Ao se mudar para o campo com o pai e a nova madrasta, Mahito encontra uma garça-cinzenta enigmática que o conduz a um mundo fantástico, onde ele embarca em uma jornada de autodescoberta e enfrentamento do luto. A narrativa aborda temas universais como perda, amadurecimento e a busca por sentido em meio ao caos, refletindo experiências pessoais de Miyazaki, tornando o filme uma obra semi-autobiográfica.

Com uma produção que nem os milhares de funcionários da Disney jamais conseguiram igualar em qualidade, Miyazaki demonstra mais uma vez a sua arte insuperável. Sua habilidade em misturar realidade e fantasia na animação feita à mão proporciona uma experiência cinematográfica única, com visuais exuberantes e uma atenção meticulosa aos detalhes. O filme é considerado um manifesto ao Studio Ghibli, unindo o melhor do estilo de Miyazaki em uma obra que celebra a imaginação e a criatividade.

Mais uma vez o renomado compositor japonês Joe Hisaishi, parceiro de longa data de Miyazaki e do Studio Ghibli arrasou na trilha sonora. Essa colaboração, que remonta a Nausicaä do Vale do Vento (1984), é uma das mais emblemáticas do cinema, responsável por criar algumas das trilhas mais inesquecíveis da história da animação.  Hisaishi utiliza uma combinação de instrumentos tradicionais japoneses, orquestrações clássicas e arranjos minimalistas, criando uma trilha que se harmoniza perfeitamente com a atmosfera onírica e melancólica da narrativa. 

Enfim, uma obra que transcende as barreiras da animação, oferecendo uma narrativa rica em simbolismos e emoções. Acombinação da direção visionária de Miyazaki com a excelência técnica do Studio Ghibli resulta em um filme que não apenas encanta visualmente, mas também provoca reflexões profundas sobre a vida, a perda e a resiliência humana.

Imperdível, nota 9.

O Menino e a Garça (2023) - IMDb

































sábado, 14 de dezembro de 2024

Megalopolis (2024)

O título diz muito. Esse filme quer ser mega. Ambição utópica (ou distópica?) maior que o filme...

Francis Ford Coppola, um dos cineastas mais icônicos da história do cinema, retorna com um projeto que ele venha talvez sonhando por décadas... Ele é reconhecido por filmes marcantes e revolucionários como O Poderoso Chefão e sua continuação e Apocalypse Now.  De certa maneira ele sempre foi um cineasta que se arriscou, explorando temas complexos e desafiando normas de Hollywood.

 Nesse eu achei que tem muita influência do Godard na maneira de construir a narrativa e a estética visual. Vide minha humilde resenhazinha do Imagem e Palavra. 

Elenco impressionante, incluindo Adam Driver como Cesar Catilina, Giancarlo Esposito como o prefeito Franklyn Cicero, Nathalie Emmanuel como Julia Cicero, Aubrey Plaza como Wow Platinum, Shia LaBeouf como Clodio Pulcher, John Voight como Hamilton Crassus III, Laurence Fishburne como Fundi Romaine, e Talia Shire como Constance Crassus Catilina. 

Fica entre o drama e ficção. A trama se passa em uma cidade futurista e utópica chamada Megalópolis alter locus de Nova Iorque, onde o progresso tecnológico e a arquitetura avançada coexistem com profundas desigualdades sociais e políticas.

A história gira em torno de Cesar Catilina (Adam Driver), um arquiteto visionário e idealista que sonha em transformar Megalópolis em uma verdadeira utopia. Ele acredita que, através da arquitetura e do planejamento urbano, é possível criar uma sociedade perfeita onde todos possam prosperar. No entanto, seu sonho enfrenta resistência de Franklyn Cicero (Giancarlo Esposito), o prefeito da cidade, que está comprometido em manter o status quo e perpetuar a ganância e a desigualdade.

Para ser mega tem que ser simples.

Cesar encontra apoio em Julia Cicero (Nathalie Emmanuel), filha do prefeito, que compartilha de sua visão utópica e se torna sua aliada na luta por mudanças. Juntos, eles tentam convencer a população e os líderes da cidade a abraçar a visão de Cesar para um futuro melhor.

E só isso, porém graaaande na tela...

Segundo o site Literary Hub, O roteiro é inspirado em eventos históricos da Roma Antiga, a conspiração de Catilina, um senador romano que tentou derrubar a República Romana em 63 a.C. Lucius Sergius Catilina, o personagem histórico, buscou o consulado prometendo eliminar dívidas, mas foi derrotado por Marcus Tullius Cicero, que o denunciou no Senado. 

E de mais a mais, imperialismo romano e americano é tudo farinha megalomaniaca do mesmo saco. 

Com esse roteiro mixuruca e narcisistico sobra a fotografia que é tudo no filme, combinando  elementos de ficção científica e influências clássicas da era majestosa do cinema, criando uma estética visual que certamente o comentarista de carnaval Milton Cunha chamaria de deslumbrante...

A outra parte do título com certeza é uma referência ao clássico Metropolis

Enfim uma experiência cara do diretor (ele investiu US$ 120 milhões nessa brincadeira e para isso vendeu até uma vinícola).

Antes tivesse ficado com o vinho mesmo hein Coppola...

Nota 7, mas recomendo demais para arquitetos!

Nos cinemas.

Megalópolis (2024) - IMDb