sábado, 9 de agosto de 2025

Totem (2023)


Bom filme, melhor ainda considerando que não se vê produções mexicanas se destacando todo dia.

Aliás se tem uma coisa necessária e urgente a fazer contra o imperialismo estadunidense é promover o cinema feito fora dos Estados Unidos.

Dirigido pela cineasta Lila Avilés, filme intimista e profundamente sensível sobre a única certeza da vida.

A narrativa é centrada na pequena Sol, uma menina de sete anos que passa o dia na casa do avô ajudando a preparar uma festa surpresa para o seu pai, que é um paciente terminal.

Centrado nos personagens da família, excelentemente construídos e o seu cotidiano de tensões e conflitos,  diante da iminência da morte de um dos membros da família. 

Situação aliás que tenho testemunhado a coragem e perseverança de vários amigos que talvez me leem aqui...

A estrutura latina da atmosfera emocional já pega os brasileiros sem esforço, destacando pela  abordagem envolvente e poética, buscando a essência da condição humana. 

A escolha acertada do roteiro de acompanhar os eventos a partir da perspectiva da criança confere ao filme uma dualidade da inocência da menina e da complexidade emocional dos adultos ao seu redor, oscilando entre o lúdico e o melancólico.

A câmera muitas vezes se posiciona na altura da menina, reforçando a perspectiva infantil.

As atuações aparentemente improvisadas do elenco acho que foram intencionalmente dirigidas para capturar a espontaneidade da vida real. Essa abordagem minimalista reforça a proposta estética do filme, que privilegia o cotidiano e os vínculos familiares como matéria-prima para a narrativa.

Acho que a grande sacada do filme é contar uma história feita de várias histórias, mas só parcialmente, deixando para o espectador imaginar e completar todas elas.

Uma das virtudes do filme é que ele não é muito longo, 1h30, fica no limite e poderia até ter sido um curta metragem.

Coloquei o anterior da diretora, A Camareira, na fila.

Mesmo tema, igualmente bom filme, mas com contexto e perspectiva totalmente diferentes é O quarto ao lado, confira a minha resenha.

Nota 7, recomendo!

Tótem | Netflix

Tótem (2023) - IMDb


domingo, 20 de julho de 2025

Apocalipse nos trópicos (2025)


Novo da Petra Costa, praticamente uma continuação de Democracia em Vertigem, talvez com menos acertos.

Propõe aprofundar as implicações políticas e sociais do avanço do movimento evangélico sobre a esfera pública brasileira, ensaio visual ambicioso sobre como a fé cristã foi mobilizada para alicerçar o poder político do inominável de tornozelo preso. 

Construído a partir de entrevistas inéditas, imagens de arquivo e passagens bíblicas interpretadas por figuras evangélicas influentes. O roteiro vai fazendo conexões entre o crescimento das igrejas neopentecostais e a ascensão da extrema-direita no Brasil. 

Acho que faltou ampliar um pouco a crítica colocando o catolicismo no balaio, e um panorama mais amplo da religiosidade polarizada no Brasil, a exemplo do que conseguiu o Eduardo Coutinho em Santo Forte

Não creio que vai estar no #Oscar2026 mas que vai sincronizar com a prisão dos golpistas vai.

Mesmo com certa superficialidade, é um manifesto essencial para condenar o pecado capital de misturar Estado e religião e demonstrar porque o Estado Laico é um dos pilares fundamentais da Democracia.

Acho que ganha força se for somado com o Podcast No Alvo, do ICL, que aborda a trajetória e a retórica do pastor Silas Malafaia. 


O filme expõe como líderes evangélicos, incluindo figuras como Malafaia, ajudaram a construir um discurso político que legitima práticas autoritárias sob o verniz da fé. O podcast revela como Malafaia domina os meios de comunicação, constrói sua autoridade com base na teologia da prosperidade e atua como elo entre os interesses religiosos e o poder institucional. 

Aproveite para rever O Processo, e conferir a série The Family da Netflix.

Nota 8, recomendadíssimo.


O Eternauta (2025~)


É bom ver uma produção latino americana destacando no mercado dominado por Hollywood, ainda mais agora que o cara pálida quer nos coitar mais do que já o fazem usualmente.

Adaptada de uma HQ famosa (que não tenho na coleção...) ficou acima da média das séries apocalípticas, sem depender (muito) de computação gráfica e com um protagonista anti-herói.

O ETERNAUTA VFX Breakdown by Miagui

Produção argentina, diversificação de investimento da Netflix que deu certo. Os seis episódios da primeira temporada foram gravados em Buenos Aires, aproveitando cenários urbanos reais.

Tudo começa com uma nevasca tóxica que cobre a capital portenha matando milhões em questão de horas. Aos poucos a trama vai revelando que se trata de uma invasão alienígena. Em meio ao caos, o protagonista Juan Salvo (Ricardo Darín) lidera um grupo de sobreviventes que tenta entender o que está acontecendo. 

[Depois dê uma conferida no meu post sobre a série Invasão, verdadeiro vacilo da Apple.]

Assim como em outras boas produções do gênero, o que está em questão aqui é a fragilidade da condição humana na hora do aperto. 

A obra original, criada por Héctor Germán Oesterheld e Francisco Solano Lopez na década de 1950, foi escrita em plena ditadura militar argentina como metáfora sobre autoritarismo e resistência. Oesterheld posteriormente revisou o quadrinho com críticas mais diretas à ditadura militar e às desigualdades sociais, o que teve consequências trágicas, pois ele foi preso e desaparecido pelo regime.

Essa adaptação abraça essa proposta e a potencializa: há crítica social explícita, reflexões sobre controle ideológico, militarização e o papel do indivíduo diante do poder. 

Enfim a invasão aqui é pretexto para temas  humanos, políticos e emocionais. 

A história envolve loop temporal,  mas a primeira temporada somente dá pistas disso por meio dos deja vus e lapsos de memória dos personagens e do Alien comandante, retratado por uma mão com inúmeros dedos, deixando o tema para a próxima temporada

Nesses tempos de tecnologia descontrolada e discursos extremistas, é uma boa reflexão sobre o que nos move, o que nos paralisa, e o que ainda nos mantém vivos.

Comic: El Eternauta, el cómic por el que perdió la vida su autor | Diario Sur

Nota 8.  Vale lógico conferir junto com Argentina 1985

Outro argentino sensacional sobre loop temporal é o Querida, vou comprar cigarros e já volto. 

O Eternauta (Série de TV 2025– ) - IMDb


Murderbot / Diários de um robô assassino (2025~)


Boa série de Sci-fi, com tom sarcástico muito bem humorado e usando bem os clichês. Mais um laser no alvo da Apple TV.

O título traduzido já provoca risadas. Melhor não.

Estrelada por Alexander Skarsgård, consegue pautar o tema atual da IA e fazer uma abordagem irreverente e profundamente humana das contradições que vêm com a liberdade, a empatia e o desejo de se desconectar do mundo.

Roteiro adaptado, o argumento envolve corporações que dominam a exploração espacial (para encontrar aliens, como sempre) e contratam robôs assassinos para proteger humanos em missões científicas. 

O personagem principal é um desses robôs, que hackeia o próprio sistema, eliminando os seus comandos de controle e fica fingindo que ainda está sob domínio dos clientes, enquanto assiste compulsivamente a novelas de sci-fi parecidas com Star Trek.

Ele  é forçado a interagir mais com os humanos e acaba fazendo conexões emocionais (!!!). Ao longo da temporada, acompanhamos o dilema entre o seu instinto assassino e uma crescente consciência ética, tudo narrado em primeira pessoa com comentários mordazes e um olhar mais que cínico sobre a humanidade.

Ou seja, acerta no essencial para qualquer obra de dramaturgia: o texto, que envolve nomes  vindos de produções como The Expanse e Mr. Robot. A seu modo é parecida com Resident Alien.

Ótima sacada dos mini-episódios das novelas dentro de cada episódio.

O ator principal consegue passar nuances sutis entre apatia, angústia existencial e sarcasmo puro. A performance evita caricaturas e torna o personagem tragicamente bem engraçado.

 O design de produção não é espetacular, é mais econômico em termos de efeitos, sets e cenários, mas não decepciona.

Enfim bom entretenimento, nesses tempos de sobrecarga tecnológica e busca de sentido em que nós, os robotizados, nos esforçamos para ser quase humanos...

Nota 8, recomendo. 

Apple TV.

Diários de um Robô-Assassino (Série de TV 2025– ) - IMDb

Penalty loop (2024)


Depois que vi Primer, continuo gostando de fimes de viagem no tempo e loop temporal, mas é bem difícil algum que supere, talvez o Coerência.

Esse aí é bem estranho eu não entendi, e pelo que eu li os críticos também não... e olha que a cópia que eu assisti estava dublada em russo.

Longa de 2024, dirigido por Shinji Araki, meio que tenta subverter o gênero "loop temporal".

A história acompanha Jun, um homem devastado pela morte brutal de sua namorada, Yui, assassinada por Mizoguchi.Consumido pela dor e pela sede de justiça, Jun elabora um plano meticuloso para matar o agressor. Após executar o crime e se livrar do corpo, ele acorda no dia seguinte apenas para descobrir que tudo voltou ao ponto de partida, o assassino está vivo, e o dia recomeça. Preso no loop, Jun é forçado a repetir o ato de vingança diariamente, mergulhando cada vez mais fundo em um ciclo de violência, obsessão e desespero. 

O problema é que o filme não se preocupa em explicar a origem do fenômeno temporal e foca nas implicações psicológicas e morais da repetição. À medida que Jun revive o mesmo dia, sua relação com Mizoguchi se transforma em um jogo estranho de reconhecimento e cumplicidade, onde os limites entre justiça e sadismo se tornam cada vez mais turvos.

No meio da trama aparece um contrato assinado que parece ser uma metáfora para o destino, em outro momento a namorada entra no carro dele fungindo de algo ou de alguém, mas nada disso é explicado e assim como o próprio personagem, o espectador dificimente conseguirá encontrar o sentido do filme.

Eu gosto bastante do cinema japonês, mesmo quando é mais non sense, mas esse exagerou na dose. Alguns que estão resenhados aqui no blog: Monster, Drive my car, Depois da vida, We are little zombies, A despedida, e o meu preferido A partida

Nota 5. Recomendo só para quem gosta de filme japonês estranho que você só encontra dublado em russo.

Penaruti rupu (2024) - IMDb


quinta-feira, 10 de julho de 2025

Invasion (2021~)


Geralmente as séries de ficção da Apple arrasam, aqui no blog tem várias resenhadas, como por exemplo Ruptura, Matéria Escura, Fundação, SiloConstellation e diferentona Calls

Essa saiu da curva e decepcionou, assisti a 1a temporada por curiosidade, fui até o 1o episódio da 2a temporada e perdi a paciência...

O argumento já não ajuda muito, de tão batido, mas a montagem parece um projetor de slides antigo mostrando uma  colagem arrastada de draminhas pessoais...

Tenta entrelaçar cinco histórias paralelas, mas a montagem falha em criar ritmo ou coesão. A abordagem se prende em convenções já desgastadas: famílias em fuga, soldados em conflito interno, cientistas isolados, mais do mesmo...

A invasão em si parece copiada da franquia Um lugar silencioso, que já tinha me dado uma preguiça interestelar.

Nota 4, não recomendo.

Invasão (Série de TV 2021–2025) - IMDb


sábado, 5 de julho de 2025

Diamante bruto (2024)


Diretora estreante Agathe Riedinger, estreou em #Cannes2024 e se tornou um dos mais comentados do evento. 

Bom argumento, uma reflexão sobre a saúde mental e os efeitos da cultura pop e das redes sociais sobre a identidade e autoestima da Geração Z, com uma crítica aos padrões estéticos excludentes e exposição constante nas redes sociais

A história acompanha  Liane, uma jovem francesa de 19 anos que mora numa casa modesta no sul da da França. Inquieta, ela é movida por desejos de beleza, fama e pertencimento e quer a todo custo se tornar uma celebridade. A busca pela fama leva a participar de testes para um reality show que promete transformação e sucesso instantâneo. 

O roteiro mergulha nos dilemas e contradições que envolvem a construção da autoestima em uma sociedade que exalta aparências.

Eu achei o ritmo excessivamente lento, com uma estética crua, meio documental, mostrando o cotidiano da jovem e  revelando suas vulnerabilidades e frustrações. O ideal inalcançável começa a corroer sua relação com o corpo, com a família e a própria identidade. O sonho de ser descoberta se transforma gradualmente em um pesadelo e a tensão emocional cresce à medida que ela é forçada a confrontar a superficialidade da sua vida.

O filme tem um tom de lamento que vem sendo comum em filmes franceses, sobre o desaparecimento de uma cultura erudita no mundo contemporâneo. 

Enfim, crítica ao mundo midiático, à cultura da celebridade e às estruturas sociais que perpetuam desigualdades de gênero e de classe.

O jeitão do filme me lembrou do vencedor do #oscar2021 Nomadland

Um ponto alto é a forma respeitosa e cuidadosa de mostrar o corpo feminino.

Nota 7. Recomendo.

Disponível no MUBI e PRIME.

Diamante Bruto (2024) - IMDb

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Mountainhead (2025)


Do criador da ótima série Succession, crítica social (leve...) sobre os mesmos relações contemporâneas do poder patriarcal "imbroxável" com a tecnologia.

Até a roupa dos personagens lembra os tais legendários que pagam caro para subir a montanha.

Três bilionários e um pobre multimilionário que ainda não conseguiu seu bilhão, isolados em uma mega mansão nas montanhas estadunidenses durante uma crise global alimentada pela desinformação e pela ascensão da inteligência artificial. 

Oscilando entre o sarcasmo cômico ácido e o grotesco, ao longo do filme o generoso espaço físico da mansão vai se tornando claustrofóbico, em um campo de batalha ideológico e moral, mostrando os delírios de grandeza, a desconexão com a realidade e os perigos de concentrar poder tecnológico em poucas mãos. 

A mansão se transforma numa espécie de centro de controle do apocalipse, pois pelo celular eles controlam mercados, governos e exércitos - e conspiram para matar um deles.

O resultado não é tão bom quanto o da série, o roteiro é um pouco repetitivo, mesmo a presença do experiente Steve Carell no elenco não segura o filme. Ficou parecendo uma mistura de Shark Tank com Big Brother.

Mesmo assim acho que vale a pena conferir para reconhecer que alguma coisa está fora da nova ordem mundial.

Além da série, a vibe do filme é a mesma de Triângulo da Tristeza e Infinite Pool e  remete também ao bom A rede social, o isolamento da elite lembra um pouco O menu, Pelo lado cômico ácido parece um pouco Knives out. Já a atmosfera claustrofóbica dialoga com Ex Machina.

Nota 7. 

Disponivel HBO e Prime.

Aproveite para dar uma conferida no Direto do Fim do Mundo sobre esse tema:





quinta-feira, 26 de junho de 2025

Vitória (2025)


Como em tudo, na arte a experiência conta muito... bom filme demonstrando a capacidade dessa que é talvez a maior atriz brasileira viva e atuante!

Com certeza, um dos mais sensíveis e potentes do cinema nacional em 2025. 

Dirigido por Andrucha Waddington e Breno Silveira, sendo que Silveira faleceu durante as filmagens, e Andrucha assumiu a direção.

A escolha de dois diretores com estilos distintos, mas que destacam a emoção contida nos detalhes cotidianos, revela-se um acerto que molda a identidade do filme:  

Enquanto Waddington empresta seu olhar apurado sobre a estética e o ritmo narrativo, Silveira contribui com a alma do filme: a busca por justiça contra à banalização do mal. 

Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Joana Zeferino da Paz, uma aposentada moradora de Copacabana, que em 2005, filmou da janela de seu apartamento a movimentação de traficantes e policiais corruptos. Suas gravações resultaram na prisão de mais de 20 pessoas. 

A atuação de Fernanda é muito sensível, do semblante abatido à fala pausada, cada nuance de sua atuação transmite décadas de experiência e dor acumulada. Mas o papel seria sim uma oportunidade de dar mais visibilidade a outras atrizes negras brasileiras. 

O roteiro, escrito por Aline Portugal e Márcio Alemão, é um retrato comedido e comovente da vida em silêncio de uma mulher à margem da sociedade midiática, mas dotada de uma força moral que transcende sua fragilidade aparente. 

Vale também como um discurso contra o etarismo que virou mato no Brasil.

Ao evitar os clichês do cinema de denúncia, o script aposta na introspecção e nas contradições morais da protagonista, fugindo de um falso heroísmo. O filme tem uma tensão que cresce lentamente. 

O restante do elenco é competente e equilibrado, mas propositalmente contido para não ofuscar a protagonista. A narrativa é contada do ponto de vista de Nina e os demais personagens ficam em órbita. 

Não pude deixar de reparar na direção de arte principalmente nos detalhes do apartamento, que em muitas coisas parece com a minha casa...

Na esteira de Ainda estou aqui, o filme conseguiu merecidamente uma boa bilheteria nos cinemas e tem até sido cotado para representar o Brasil no #Oscar2026. No Festival do Rio, ganhou Melhor Atriz e Melhor Direção. 

Não tem como não compará-lo com Central do Brasil (ai que saudade da Marília Pêra...), aqui novamente Fernanda contracena com o ator mirim Thawan Lucas.

De certa forma dialoga um pouco com os dramas urbanos do Kleber Mendonça, como  O som ao redor e Aquarius, apostando na força silenciosa da mulher madura, marginalizada pela sociedade mas que não perdeu a verdadeira ética.

Minha nota é 8, um pouco pelo ritmo. 

Vitória (2025) - IMDb

Disponivel no Globoplay.

domingo, 8 de junho de 2025

Aniara (2018)


Ficção científica sueca, bom filme, não é muito conhecido, merece uma conferida!

Só de não ser falado em inglês nem focar nos efeitos especiais ou narrativas heroicas mas sim em questões filosóficas e existenciais, já vale a sessão.

E também pela forma extremamente realística com que apresenta o argumento, apesar de alguns furinhos de roteiro.

Baseado em um livro homônimo de Harry Martinson, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura. O roteiro se mantem fiel ao espírito do texto original, enfatizando a insignificância humana diante das distâncias invencíveis.

A história acompanha uma nave espacial que transporta colonos para Marte, mas que, após um acidente, perde sua rota e fica à deriva no espaço. Sem possibilidade de retorno, os passageiros precisam lidar com a dura realidade de que jamais sairão da nave.

Com uma abordagem minimalista e profundamente reflexiva, que se distancia dos roteiros convencionais do gênero, moldada pela angústia, onde a esperança e o desespero se tornam forças opostas que moldam o destino dos personagens, seus traumas e limitações psicológicas e suas reações diante da inevitabilidade do destino. 

A trama gira em torno de uma tripulante encarregada de operar um sistema de realidade virtual que permite aos passageiros reviver memórias da Terra, função que se torna cada vez mais essencial para a sanidade dos viajantes ao longo da viagem. 

A fotografia tem uma atmosfera opressiva. Em vez de cenários grandiosos e efeitos visuais espetaculares, o filme aposta em uma estética minimalista, utilizando espaços fechados e iluminação artificial para reforçar a sensação de confinamento. 

O foco não é nos efeitos, mas os que foram utilizados não deixam nada a desejar em relação às produções médias do gênero.

Parece um pouco com 2001 uma odisséia no espaço.

Ou seja se vc curte FC com porte de drama psicológico essa é uma boa pedida.

Nota 8 pelos furos do roteiro que poupariam aos personagens muitas desventuras e algumas cenas de nudez achei que somam pouco para o roteiro, poderiam ser em menor número e concentrar nas essenciais.

Disponível em vários streamings.

Aniara (2018) - IMDb







domingo, 1 de junho de 2025

O esquema fenício (2025)

Quem me lê aqui nesse blog sabe que sou fã incondicional do multipremiado diretor Wes Anderson.

Vencedor do #Oscar2024 pela Incrível História de Henry Sugar, duplamente indicado no #Oscar20219 por Ilha dos Cachorros e nove indicações tendo ganhado quatro #oscar2015 pelo Grande Hotel Budapeste.

Confira tyambém a minha resenha do Asteroid City e A Crônica Francesa.

Aqui uma ótima resenha da filmografia do diretor: https://www.domusweb.it/en/news/2025/05/22/wes-anderson-movies-design-furniture.html

Se precisar, ligue a tradução no navegador.

A Olivia nos deu uma cortesia e fomos assistir esse já na estreia..

Uma das coisas que eu adoro no Wes Anderson é que ele conseguiu desenvolver um estilo que para muitos pode até parecer monótono, mas só para quem não presta atenção nos detalhes.. 

A assinatura inconfundível do diretor são a fotografia e um design gráfico obsessivo que regem todo o filme com uma composição de cenas absurda de tão detalhada, mas ao mesmo tempo com maquetes e efeitos práticos que fazem o filme parecer um trabalho escolar do ensino fundamental. 

E também um ótimo desenvolvimento de personagens e diálogos. Mas se vc não gosta de diálogos longos e divertidas batalhas verbais, pode achar cansativo...

Esse foi coescrito com o Roman Coppola e estreou no Festival de Cannes  - que não dá para parar de gritar É do Brasil!!! pelas vitórias do Kleber Mendonça e Wagner Moura!

O roteiro acompanha Zsa-Zsa Korda, um magnata excêntrico que decide deserdar seus nove filhos e deixar sua fortuna para sua única filha Liesl, uma noviça aspirante a freira.  Após sobreviver a várias tentativas de assassinato ele decide tentar convencê-la a cuidar dos negócios da família e concretizar o maior projeto de vida de Korda, o esquema que dá nome ao filme. O objetivo dela porém é tentar descobrir quem matou a sua mãe, pois o pai tem fama de ter mandado matar as suas várias esposas.

Acompanhados por Bjorn, um tutor norueguês obcecado por insetos, eles embarcam em uma viagem a vários locais do mundo, cheia de negociações, traições e perigos inesperados. No caminho, precisam lidar com empresários, empreiteiros, terroristas estrangeiros e assassinos determinados a impedir que o esquema se concretize. O filme mistura espionagem, comédia sombria e ação, trazendo o estilo visual característico do diretor , com simetria impecável e uma paleta de cores cuidadosamente trabalhada. 

A estrutura do filme é dividida em capítulos, baseados nos personagens que eles buscam para realizar "o esquema".

O elenco é mega estrelado, com muitas figurinhas carimbadas do diretor: Benicio Del Toro, Jeffrey Wright, Scarlett Johansson, Tom Hanks, Bryan Cranston, Benedict Cumberbatch, Bill Murray e vários outros.

A trilha sonora eclética é mais uma virtude do filme. 

Nota 9 e tomara que entre nas listas do #Oscar2026.

Para os fãs do diretor, a produção oferece tudo o que se espera de um filme de Anderson: humor refinado, personagens excêntricos e uma direção meticulosa. 

Já quem entrou no cinema achando que ia ver a Scarlett Johansson de dominatrix dando voadora, levantou no meio do filme...

https://www.imdb.com/pt/title/tt30840798/












domingo, 18 de maio de 2025

Meu bolo favorito (2024)


O melhor drama que vi recentemente! Filme belo e extremamente delicado e sensível sobre envelhecimento, a tristeza da solidão, amor e sexualidade na terceira idade.

Indicado ao Urso de Ouro e vencedor do juri ecumênico em #Berlim2024.

Além de todos os seus méritos esse filme tem que ser assistido porque os diretores Maryam Moghadam e Behtash Sanaeeha enfrentam restrições severas e processos judiciais devido ao conteúdo do filme, que desafia normas rígidas do governo iraniano. 

Desde 2023, quando as autoridades iranianas começaram a investigar a produção do filme, os cineastas passaram por interrogatórios frequentes e tiveram seus passaportes confiscados, impedindo-os de comparecer à estreia mundial do filme no Festival de Berlim 2024.

O governo iraniano acusou os diretores de propaganda contra o regime, produção e distribuição de conteúdo obsceno, ofensa à moral pública e exibição do filme sem licença oficial. 

Para se ter uma noção, na cena em que o casal toma banho junto eles estão vestidos! (1a foto abaixo)

A imoralidade contida no filme é a de denunciar os excessos que o regime iraniano impõe as mulheres.

Nos últimos meses, o Irã tem testemunhado uma nova onda de resistência feminina contra as rígidas leis de vestimenta impostas pelo regime. A campanha Mulheres, Vida, Liberdade, iniciada após a morte de Mahsa Amini em 2022, continua a inspirar protestos, com milhares de mulheres desafiando a obrigatoriedade do hijab e enfrentando prisões e agressões por parte da polícia da moralidade. 

Relatos indicam que a repressão se intensificou, com patrulhas reforçadas e câmeras de vigilância monitorando as ruas para identificar e punir quem descumpre o código de vestimenta. Apesar da violência estatal, muitas iranianas seguem resistindo, recusando-se a cobrir o cabelo e encontrando novas formas de desafiar o regime, como protestos silenciosos e manifestações nas redes sociais. 

No mês passado, um tribunal iraniano condenou Moghadam e Sanaeeha a 14 meses de prisão, pena que foi suspensa por cinco anos, além de uma multa significativa. O tribunal também ordenou o confisco  de todos os equipamentos utilizados na produção do filme. Organizações de direitos humanos denunciaram o caso como um exemplo da censura extrema imposta pelo governo iraniano sobre artistas e cineastas. 

O roteiro acompanha Mahin, uma viúva de 70 anos que vive sozinha em Teerã e decide recomeçar sua vida amorosa após décadas de solidão. 

Ela não encontra muito com sua família que vive fora do Irã e nem com as amigas, que a criticam por não ter casado novamente.

Uma coisa muito bacana do filme é mostrar o comportamento das mulheres dentro de casa e nos locais públicos de Teerã.

Ela convida um motorista de táxi - Faramarz também nos seus setenta anos e enfretando a sua própria solidão, para sua casa, desafiando a curiosidade invasiva dos vizinhos e o filme mostra a noite que eles passam juntos, com um final surpreendente.

A química entre os protagonistas é o ponto altíssimo do filme, tornando suas interações genuínas e emocionalmente envolventes.

A fotografia é marcada por planos longos e silenciosos, que traduzem o ritmo da vida de Mahin e destacam os detalhes de sua existência cotidiana. 

Se vc gosta de filme de tiroteio e efeitos especiais, não vai gostar desse, pois a velocidade e ritmo dele são compatíveis com a idade dos personagens.  Uma reflexão sobre a vida, o amor e a resistência diante das adversidades.

A escolha estética reforça a intimidade da narrativa, permitindo ao espectador imergir no universo particular da protagonista. Cada quadro parece cuidadosamente planejado para expressar emoções que as palavras não alcançam, transformando pequenos gestos e olhares em momentos de profunda significância.

Nota 10!! Disponível em vários streamings.

Meu Bolo Favorito (2024) - IMDb














Wallace & Gromit Avengança (2024)

 

Bons roteiros e piadas é a marca registrada da Aardman. À medida que meus filhos foram crescendo vários foram entrando na dvdteca: Aardman Animations – Wikipédia, a enciclopédia livre

Produzido em parceria com a BBC e StudioCanal, o filme traz de volta os icônicos personagens em uma aventura repleta de humor, mistério e tecnologia descontrolada. 

Indicado ao #Oscar2025 de Melhor Animação.

O roteiro, dá continuidade ao curta Wallace and Gromit in The Wrong Trousers [CC] - Vídeo Dailymotion, com o retorno do pinguim vilão Feathers McGraw.

Wallace cria um gnomo inteligente interpretado pelo Reace Shearsmith de Inside #9 que, inesperadamente, desenvolve uma mente própria e começa a causar caos. Gromit tenta intervir antes que a situação saia do controle. A trama equilibra comédia e suspense, explorando temas como inteligência artificial e os perigos da automação desenfreada. 

Mantém o alto padrão da Aardman na técnica stop motion, com poucas cenas contendo computação gráfica.

Boa pedida para assistir com as crianças e se divertir também.

Nota 8, recomendo!

Assista esse e outros da coleção neste canal:

Wallace & Gromit - Avengança - Filme 2025 - Vídeo Dailymotion


 








segunda-feira, 21 de abril de 2025

Flow (2024)


Lindo filme, indicado a filme internacional e vencedor da categoria animação do #oscar2025, também no Globo de Ouro, merecidíssimo!

Nessa hashtag tem todos que comentei aqui no blog, esse ano acabei deixando por último as animações. Pode conferir também buscando "animação" na caixa de pesquisa.

Produção da Letônia, França e Bélgica, visual deslumbrante, reforçado pela ausência de diálogos. 

Temas universais como empatia e solidariedade diante das tragédias. 

Uma jornada de sobrevivência de um gato solitário que vê seu lar ser devastado por uma grande enchente, em um mundo pós-apocalíptico. Sem humanos por perto, ele precisa se unir a outros animais para enfrentar os desafios impostos pela natureza. A ausência de diálogos não limita a profundidade da história; pelo contrário, isso reforça as potências sensorial e emocional da história. 

A bela trilha sonora é um elemento fundamental na construção da atmosfera em cada cena.

Aqui no blog tem algumas animações resenhadas, principalmente as do Studio Ghibli, por exemplo O menino e a garça e O túmulo dos vagalumes, A tartaruga vermelha

Nota 8, recomendadíssimo!

Flow (2024) - IMDb

A tartaruga vermelha (2016)


Resgatando e atualizando um post breve de 2017 no Facebook para conectar com o Flow. 

Estonteantemente lindo!!! 

No meio dessas ruindades que a academia selecionou para o #Oscar2017, até destoa de tão bom. 

O Studio Ghibli FAZ o que a Disney nem sonha porque não tem competência e talento para tanto. 

Em tempos de tudo feito por computador é mais uma animação totalmente PINTADA à mão desse estúdio que só faz coisa boa. 

Roteiro e trilha sonora muito bonitos, obsessão pelos detalhes e imagens deslumbrantes! 

Nota 10!!!


Perdidos na noite / Gone in the night (2022)


Vai saber se quem traduziu esse título estava pensando no Faustão...

Thriller com argumento não muito original - casal (Kath e Max) que chega numa cabana alugada para a temporada ou fim de semana e já tem alguém lá (Greta e Al)...

Por exemplo, O mundo depois de nós.

Como estão cansados da viagem, acabam todos compartilhando o espaço, só por uma noite... O grupo decide jogar um jogo de tabuleiro com perguntas íntimas, revelando detalhes sobre suas vidas e relacionamentos. 

Na manhã seguinte, Kath acorda e descobre que Max desapareceu. Ao explorar a floresta ao redor, encontra Al chorando, alegando que Max e Greta fugiram juntos. Devastada, Kath retorna à cidade e tenta seguir em frente, mas sua curiosidade e necessidade de respostas a levam a investigar o paradeiro de Greta. 

Durante sua busca, Kath conhece Nicholas, o dono da cabana, que se mostra prestativo e disposto a ajudá-la. Juntos, eles rastreiam Greta até uma festa underground, onde Kath finalmente a confronta. Greta admite ter sentimentos por Max, mas sua explicação não satisfaz Kath, que continua sua investigação.

À medida que a trama avança, revelações inesperadas surgem. Flashbacks mostram que Max foi sedado por Greta e Al, tornando-se parte de um experimento conduzido por Nicholas, que, na verdade, é pai de Al. 

Ou seja, começa como suspense mas vira uma novela mexicana de sci-fi...

Assisti por cauxa da Winona Ryder, que até que tenta, mas não segura o filme, que está com média 4.9 no imdb e eu dou um 5...

Gone in the Night (2022) - IMDb


domingo, 20 de abril de 2025

O som ao redor (2012)


Eu sou fã incondicional do Kleber Mendonça Filho.

Pérola do cinema nacional, esse estava na fila para entrar aqui no blog, compondo com Aquarius, Bacurau e o excelente Retratos fantasmas. 

Entrada brasileira no shortlist do #Oscar2014, e injustamente não foi indicado, a mesma coisa com Bacurau e Retratos fantasmas. Daí se vê como tem que ter bala na agulha para fazer uma campanha como a do Ainda estou aqui.

Ele está na lista dos 100 melhores filmes brasileiros da ABRACINE. Tem muitos aqui na minha dvdteca...

Estou vendo aqui no youtube que está disponivel o documentário Bacurau no Mapa, #ficaadica.


E veja os curtas no canal dele no Vimeo: Kleber Mendonça Filho

Esse explora as tensões sociais e históricas de uma rua no Recife, e só depois em Retratos Fantasmas que vim a saber que o apartamento que aparece nos filmes é da família do diretor...

A narrativa fragmentada gira em torno da chegada de uma empresa de segurança privada, contratada pelos próprios moradores desencadeando uma série de eventos que revelam as tensões latentes entre eles.

O vampiro não entra na casa sem ser convidado...

Em tempos de milícias tomando o lugar do Estado omisso, mostra como a elitização e exclusão por meio da opressão e exploração do trabalho nos violentam todo dia.

Coloca em cena as tensões na interação entre espaços públicos e privados das nossas metrópoles, e um  ambiente de constante inquietação, tensão e desconforto que permeiam as relações de trabalho domésticas. 

Na tela donas de casa, empregadas, patrões assediadores, socialites esnobes e outros tipos que topamos diariamente, e infernizam a vida em condomínio. 

Nessa entrevista o diretor fala que viu todos os filmes do Tarantino para escrever o roteiro.

Me lembrei do Domésticas do Fernando Meirelles e a recente série Os outros

O título é materializado na trilha sonora e edição de som, que amplifica os ruídos urbanos - motores, latidos de cães e música alta.

Destaque no elenco para Maeve Jinkings, figurinha carimbada nos filmes do diretor. 

Enfim, como os outros do ditetor, é um filme que vai além do entretenimento e se torna uma reflexão profunda sobre o país, um dos mais importantes do cinema nacional contemporâneo.

Nota 8, Esse tem que estar na sua lista de já vistos.

O Som ao Redor (2012) - IMDb

sábado, 19 de abril de 2025

Adolescência (2025~)


Eu não curto coisas muito hypadas e esse é um ótimo exemplo...

Pelo tanto que estão falando parece que é a melhor série já feita sobre o assunto e sinceramente não vi isso tudo...

Nos dois primeiros episódios tirando a introdução dos personagens, fica todo mundo só andando de um lado para o outro para conseguir fazer o falso plano sequência contínuo, com as emendas que já são mais que manjadas...

E tem critico por aí falando que tem "uma abordagem estética inovadora"... 

De muitos filmes que usam esse recurso técnico bem melhor vou mencionar só um: Olhos de serpente do Brian de Palma. 

E o conteúdo que vale a pena mesmo, concentra nos dois últimos episódios, ou seja dava para ter feito a série em três ou quatro locações...

O Stephen Graham segura o elenco, mas o ator mirim principal é meia boca...

Bom vai uma listinha pra quem quiser comparar... dou nota 6.

Kids (1995) - IMDb

Mignonnes (2020) - IMDb

Os inocentes (2021)

Spring breakers x How to have sex

Souad (2021)

Las ninas (2020)

Los tiburones (2019)

Murina (2021)





Kneecap (2024)

 

A língua é minha pátria

E eu não tenho pátria, tenho mátria

E quero frátria

(Caetano Veloso - Língua)

Sensacional! Eu ia dar nota 9 mas depois da cena em stop motion teve que ser 10!!

Entrada da Irlanda para o shortlist de filme estrangeiro no #Oscar2025, mas não foi indicado e merecia muito, também para canção original.

É sobre a importância da língua como forma de resistência cultural.

Vencedor de melhor filme britânico no #Bafta2025, e ao mesmo tempo indicado na categoria de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa, competindo com produções como Emilia Pérez e Ainda Estou Aqui, prêmio do público em #Sundance2025.

Mistura de realidade e ficção, filme biográfico fictício, inspirado na trajetória real da banda Kneecap, um trio de hip-hop de Belfast que canta em gaélico irlandês. Os membros da banda—Móglaí Bap, Mo Chara e DJ Próvaí interpretam a si mesmos no filme.

Explora a formação do grupo e sua luta pela preservação da identidade cultural irlandesa, abordando temas universais de política, juventude, identidade cultural e resistência. 

Embora seja focado no contexto eurocêntrico e a problemática política e social da Irlanda dentro do Reino Unido, inclusive os aspectos que envolvem o IRA (Exército Republicano Irlandês), explorando a luta pela identidade cultural irlandesa e a resistência contra a influência britânica, diz muito sobre a defesa dos povos originários e minorias do Brasil!!

Lembra um pouco o Trainspotting e o longa e série Snatch e os outros filmes do Guy Ritchie

Longa de estreia espetacular do diretor Rich Peppiatt, o Keneth Branagh que me desculpe mas é MUITO melhor que o Belfast

O roteiro tem uma estrutura não convencional, e a fotografia é um dos pontos altíssimos com um estilo visual dinâmico, planos cuidadosamente compostos e multicoloridos e uma montagem acelerada, que obviamente vem acompanhada de uma trilha sonora eletrizante, que consegue colocar o espectador no meio da boate.

A rejeição do filme #Oscar2025 pode ser vista como uma metáfora cruel para o que é exatamente o tema central do filme: a resistência cultural e a luta contra a marginalização. 

No filme, a banda Kneecap enfrenta dificuldades para ter sua música tocada nas rádios convencionais, pois suas letras em irlandês e seu posicionamento político desafiam normas estabelecidas. Da mesma forma, a exclusão do filme das indicações finais ao Oscar escancara o preconceito da Academia com filmes que abordam questões culturais e políticas sensíveis. 

O trio principal está sensacional, mas o elenco traz várias outras boas interpretações com destaque para o Michael Fassbender que comentei recentemente aqui pela série A agência, que nem se compara, ele está muito melhor e mais autêntico nesse filme!

Nota 10!  Kneecap - Música e Liberdade (2024) - IMDb

Disponivel em vários streamings.