Filme manifesto, apresenta um futuro distópico bem mais realista do que os mil apocalipses que ficam passando na TV.
Bom roteiro, ótimo argumento, bela fotografia e ótimo elenco com Tom Hiddleston (Loki), Jeremy Irons (Lolita, Os Bórgias, Perdas e danos), Elizabeth Moss (O homem invisível), Riece Shearsmith (inside #9) e outr@s.
A sinopse é um condomínio situado em um arranha-céu que remete as propostas modernistas das unidades habitacionais onde viveriam em conjunto e harmoniosamente todas as classes sociais, compartilhando o estacionamento, a piscina, a academia e o supermercado do prédio. A degradação e deterioração moral vão se impondo pouco a pouco com uma desumanização brutal dos personagens- mais ou menos o que vivemos no mundo e no Brasil de hoje.
Crítica social de pH baixíssimo (não resisto à nerdice), ou seja muito ácida, já que os andares mais altos são ocupados pelos mais ricos, cujas varandas (e vidas) se projetam sobre as inferiores.
O filme é repleto de temas no cruzamento entre Sociologia, Psicologia, Arquitetura e Ubanismo, então não tinha como eu não gostar...
Ele se parece um pouco com "O poço" mas também compõe muito bem com uma lista de filmes do início deste séc. 21 que inclui Parasita, Coringa, Nuevo Orden e Bacurau, dentre outros.
Rola de tudo nas festinhas da alta e da baixa sociedade, com relativa mobilidade dos personagens entre elas.
O personagem principal é um médico fisiologista e logo na primeira cena o filme já dá o tom de como vai tentar entrar na sua cabeça, com o personagem literal e explicitamente serrando e quebrando um crânio para expor o cérebro aos seus alunos.
Supere essa cena e vá até o final, sabendo que como os outros filmes que listei aí em cima, esse é bem não linear, repleto de metáforas visuais, onírico e non-sense.
Nota 8, recomendo somente para quem sabe que reunião de condomínio é um dos portais do inferno, perdendo só para fila no banco.
https://www.imdb.com/title/tt0462335/
https://www.netflix.com/br/title/80081620
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