domingo, 26 de janeiro de 2025

O quarto ao lado (2024)



Almodovar até fez por onde, rapou Leão de Ouro com melhor filme e melhor diretor no festival de #Veneza2024 mas foi esnobado no #Oscar2025.

A Tilda Swinton e Julianne Moore estão maravilhosas, principalmente a primeira, não posso nem falar muito para não dar spoiler e a Tilda com certeza merecia mais a indicação, que teve no Globo de Ouro. Ter perdido para a Fernanda Torres em Ainda estou aqui foi uma surpresa mas foi justo. Agora comparando com a Demi Moore por A substância, a esnobada foi pesada.

A Julianne Moore (que não é parente da Demi) coitada já ficou a ver navios o ano passado apesar de uma atuação sensacional junto com a Natalie Portman em May December.

Bom filme, o primeiro do Almodovar em inglês, é sempre muito difícil se superar quando já se é muito bom, como sou fã, tem muitos dele resenhados aqui no blog: Estranha forma de vida, Madres paralelas, A voz humana.

A Voz Humana é com a mesma Tilda e com certeza mais parecido com o o filme em tela - sem trocadilho - não somente por causa da atriz, mas também pelo roteiro e principalmente por causa da fotografia.

Baseado no romance "What Are You Going Through" de Sigrid Nunez, o roteiro, também escrito por Almodóvar, como sempre explora temas profundos como amizade, doença terminal, eutanásia e a complexidade das relações humanas.

Duas amigas de longa data mas que há anos não se viam se reencontram casualmente em um momento crucial de suas vidas. Martha, diagnosticada com cancer terminal, convence Ingrid a acompanhá-la em uma jornada introspectiva e comovente, enquanto ambas refletem sobre suas vidas, amores e perdas.  

Me remete As invasões bárbaras e sua continuação O declínio do império americano, bem como o Mar Adentro. E um pouco mais xarope, o Paddleton. 

Agora sem dúvida o melhor da temporada sobre o tema da morte é o Dying a última sinfonia.

Completando magnificamente o elenco das duas principais, o John Turturro, que está bombando na ótima série Ruptura, também arrasa.

Com certeza a fotografia é um dos pontos altos do filme, e a solidão de Nova Iorque sempre tem espaço para qualquer olhar romântico. O esmero obsessivo com os detalhes e palheta de cores planejada até nos figurinos se tornou marca registrada do diretor. A casa escolhida como locação também é muito bacana.

Discover the locations of 'The Room Next Door', the new film by Pedro Almodóvar - Locationow

O reverso da moeda é que os diálogos do livro parecem ter sido preservados na íntegra e na tradução para o inglês não soam naturais, o que vai melhorando muito ao longo do filme, mas principalmente no início, por exemplo na cena do incêndio, isso prejudica bastante. Eu não li o livro mas parece que alguns arcos como o do affair com o personal trainer na academia ficaram meio perdidos. Somadas essas pequenas imperfeições acabam deixando  o filme um pouco aquém das obras anteriores de Almodóvar, mas aparece que a essência da história foi mantida e vale a experiência.

Enfim, dou nota 8, recomendo, concordo com a Academia em esnobar o diretor dessa vez, mas não as atrizes.

Em cartaz nos (bons) cinemas.

O Quarto ao Lado (2024) - IMDb


















sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Anora (2024)


Palma de ouro em #Cannes2024, indicado ao #oscar2025. 

Eu adorei os anteriores do diretor Sean Baker,  estão resenhados aqui no blog: Red Rocket que também foi indicado para palma de ouro em #Cannes2021 e Projeto Flórida. Tangerine ainda está na minha fila.

Esse vem mais ou menos na mesma linha de explorar as vidas de personagens marginalizados, com um bom roteiro e um elenco na maioria de atores desconhecidos, mas já não gostei tanto...

O roteiro poderia ter puxado muito mais para a pegada cômica e ele ficaria bem parecido com os filmes do Guy Ritchie, como Magnatas do crime, Snatch e Jogos, Trapaças e dois canos fumegantes mas fica no meio termo, o ator principal não está tão bem e acaba sendo um pouco comprido, 2h20.

O roteiro assinado pelo próprio diretor segue Ani, uma jovem stripper uzbeque-americana do Brooklyn, que se casa impulsivamente com um cliente recém chegado ao bordel, riquinho filho de um oligarca russo. 

Os coadjuvantes capangas do pai do menino mereciam mais linhas, eles que acabam segurando o filme, que apela bastante para cenas de nudez e sexo... ou seja é uma comédia romântica erótica, mais erótica do que comédia quase uma Cinderela misturada com Boneca Russa. Quando entra a familia do jovem achei que o roteiro ia dar uma reviravolta e me decepcionei...

Apesar disso gostei bastante da atuação da Mikey Madison, que trabalhou com o Tarantino em Era uma vez em Hollywood. Mas lógico estou torcendo pela Fernanda Torres.

O Yura Borisov que faz o capanga do triângulo amoroso até poderia também ser indicado para coadjuvante, mas o Mark Eydelshteyn exagerou na infantilidade, ajuda bem a estragar o filme.

Nota 6.

Atualizando pós-oscar: Ganhou filme, diretor, roteiro, montagem, o Yuri Borisov foi indicado e a Mikey Madison tirou a estatueta da Nanda... ou seja, tomara que o próximo do Sean Baker fique à altura dos anteriores, pois esse agradou os membros da academia, mas não é tudo isso não...

Anora (2024) - IMDb

Nos cinemas.




Conclave (2024)


Do mesmo diretor Edward Berger de Nada de novo no front, que rapou quatro estatuetas no #oscar2023, indicado ao #oscar2025.

O que o anterior tinha de agitação, esse tem de lentidão, abordagem mais intimista, enfatizando os aspectos psicológicos e sociais dos personagens, além de um ambiente visual sombrio que ecoa o isolamento e o mistério do Vaticano.

Bom filme, roteiro adaptado,  mistura drama e suspense político ao retratar os bastidores de intrigas na Igreja, o que convenhamos não tem novidade. 

Na trama o personagem principal é o cardeal que preside o conclave. Enquanto os cardeais se reúnem na Capela Sistina, segredos e alianças vêm à tona, transformando a eleição em um campo de batalha para influências políticas e ideológicas. 

Nada de muito novo na abordagem dos dilemas éticos sobre celibato, corrupção, racismo, misoginia, dentre outros, vide por exemplo Spotlight, mas o roteiro até que segura bem até o final, com um desfecho surpreendente.

Detalhe importante, o Vaticano não deu autorização para filmar a capela sendo destruída, então o cenário foi feito na Cinnecitá em Roma.

Coloca o Ralph Fiennes como forte candidato ao #Oscar2025, considerando que ele já foi indicado pelo Paciente Inglês e A lista de Schindler, e passando de Valdemort a cardeal vamos considerar que merece.

E na falta de coisa melhor, ainda estou começando a ver os pré-candidatos, deve receber mais indicações.

Se bobear o Stanley Tucci merece mais como coadjuvante! John Lithgow e Isabella Rossellini completam o elenco principal e também estão muito bem.

Enfim um draminha psicológico com pegada política, e um roteiro razoável, nota 7.

https://www.imdb.com/pt/title/tt20215234/ 

Nos cinemas.

sábado, 18 de janeiro de 2025

Fale comigo (2022)


Gênero suspense e terror , mas não assusta tanto quanto as opiniões de muita gente por aí.

No manual de Hollywood todo filme de terror tem um grupo de adolescentes. Nesse, eles usam uma mão embalsamada capaz de invocar espíritos, coisa que os espíritas já aprendemos na evangelização que não se brinca.

Possessão no cinema como tema batido só perde para o sexo.

Deu muito lucro, arrecadando quase vinte vezes o que custou.

Se salvar alguma coisa, é talvez uma breve reflexão sobre a geração Z, o que nem me soa muito novidade...

Para produção A24, ficou abaixo da média...

Nesse gênero comentei recentemente aqui no blog o Longlegs, que é melhor. 

A escassez criativa anda tão grande que na média a crítica achou bom, mas eu nem tanto...  dou nota 6.

Fale Comigo (2022) - IMDb

Disponivel google play, prime e apple tv.



Entrevista com o demônio (2023)


Bom filme, gênero terror found footage, ambientado no cenário de um talk show dos anos 1970. 

A narrativa se desenrola em uma noite de Halloween, um apresentador em fim de carreira tenta recuperar a audiência com um especial sobrenatural que rapidamente sai do controle, com uma atmosfera de tensão crescente que vai fazendo o espectador agarrar a cadeira.

Imagine algo como uma batalha entre o capeta e o Padre Quevedo, com o primeiro ganhando de lavada.

Não é muito original, a ótima série Inside #9 tem vários episódios que vão nessa linha, mas garante alguns sustos, apesar do final legitimamente B.

Por exemplo veja o episodio S08E05 que está disponivel no daylimotion:

Inside.No.9.S08E05.3.by.3 - Vídeo Dailymotion

Ótima performance do principal  David Dastmalchian, sua capacidade de transmitir a tensão e o desespero do personagem é um dos pontos altos do filme. O resto do elenco também vai muito bem.

De certa maneira é uma crítica ao sensacionalismo da TV para ganhar audiência a qualquer custo.

Nota 7, recomendo para quem curte o gênero...

Disponivel netflix e outros.

Entrevista com o Demônio (2023) - IMDb




Sterben / Dying - a última sinfonia (2024)


Filmaaaaço! Multipremiado em  #Berlin2024, inclusive melhor roteiro. 

Dramão alemão profundo da melhor qualidade, como todos sabem meu gênero preferido é tragédia e esse bate na cara com força, sem parar durante três horas. 

Uma despedida para uma família erguida sobre ilusões e falta de laços genuínos, que são revelados tardiamente, muitas vezes de maneira fria e impiedosa.

Dirigido por Matthias Glasner, que também escreveu o roteiro, o principal tema como o título já indica é a morte, mas não se engane, não é um filme literal, muito pelo contrário.

O filme fala da velhice, e da morte, das relações familiares e de busca por redenção, tudo isso com um toque de humor ácido e realismo brutal.

A direção é marcada por uma abordagem sensível e detalhada, que captura a essência multifacetada dos personagens e suas interações de maneira autêntica e comovente.

Glasner utiliza uma variedade de símbolos para representar sem romance a perda e a renovação, incluindo enterros, suicídios, acidentes e nascimentos. A narrativa é pontuada por momentos de humor e leveza, equilibrando o tom sombrio e tenso do filme.

Na tela os abismos e distanciamentos familiares são mostrados de forma honesta, o que mais me atrai, pois em geral os filmes sobre isso descambam para o melodrama: A mãe que nunca demonstrou verdadeiro afeto pelo filho, nem ele por ela; os irmãos só surgem em momentos críticos, que dependem da ajuda de uma vizinha para tarefas essenciais; a mãe também se distancia do marido, que gradualmente perde a conexão com a realidade.

A finitude se manifesta de diversas maneiras: na sinfonia que dá título ao filme, no suicídio, nos relacionamentos desfeitos, nos incidentes, nas despedidas. Por outro lado tem um contraponto com o nascimento do bebê, a apresentação sublime da orquestra em luto, um gesto de compaixão.

Por isso que esse filme trágico é tão belo - ele trata do ciclo essencial da existência - nascimento e morte -  e o diretor  descontrói as convenções sociais que suavizam e glamurizam essa dinâmica, fazendo que suas personagens enfrentem seus laços e emoções de forma autêntica,  há uma aceitação de que a brutalidade quanto a beleza coexistem na vida, nas palavras e nos afetos. 

A narrativa é estruturada em capítulos, cada um oferecendo uma perspectiva única sobre a trama, na minha opinião esse é o ponto alto do filme, a história começa pelo olhar da mãe doente, que tem de cuidar do marido com alzheimer, pois os filhos já saíram de casa.  O filme abre com ela suja e caída no chão, situação que eu já enfrentei na vida real #catarse.

O segundo é de Tom, que é um maestro renomado e está preparando a apresentação de uma sinfonia mega composta por seu melhor amigo. Ele enfrenta a deterioração da saúde de seus pais, Lissy e Gerd Lunies, enquanto lida com suas própria família nada convencional - ele é separado e tem que dividir a a paternidade com um outro homem, ao mesmo tempo que namora a jovem produtora da orquestra.

No terceiro capítulo é explorada a vida de Ellen Lunies, a irmã de Tom, que se envolve em um romance tóxico com um colega de trabalho, é alcoólatra e nunca superou a inveja do sucesso do irmão. 

O quarto capítulo foca em Bernard, o amigo depressivo de Tom, que trabalha com ele na apresentação de sua composição magistral, e vive com a violinista principal da orquestra.

O quinto capítulo converge as histórias dos irmãos, obrigados a lidar com a morte de várias formas.

Embora o desfecho seja inevitável e esperado, os finais são contrapostos por um fluxo de renovação, que persiste com aqueles que permanecem. 

A trilha sonora também é um dos pontos altos do filme, pois afinal a trama se desenvolve em torno de uma sinfonia e a segunda melhor cena é da apresentação, só perdendo para as confissões secas entre mãe e filho depois do enterro do pai.

Remete ao sensacional Amour, O vazio de domingo,  Nebraska.

O filme não segue as regras do movimento Dogma 95, mas o que mais me lembrou é o Festa de família, ainda não assisti mas até coloquei aqui na fila o Submarino, do mesmo diretor. 

Enfim, se há algo capaz de entrelaçar os sentimentos de existir e partir é a arte, e a poesia.

Por isso que dou nota 9 e recomendo altamente esse filme para todo mundo que pensa sobre qual o sentido disso tudo.

E o detalhe mais importante: praticamente todas as cenas tem alguém tomando vinho.

Disponível Prime Video: Prime Video: Dying: A Última Sinfonia

Dying - A Última Sinfonia (2024) - IMDb


domingo, 12 de janeiro de 2025

Club Zero (2023)


Indicado a palma de ouro em #Cannes2023.

Eu adorei o anterior dessa diretora: Little Joe.  

Esse também está com nota mediana 5,9 no imdb e eu curti de montão. 

Ou seja, é um para amar ou odiar...

A narrativa acompanha a professora de nutrição Miss Novak, interpretada por Mia Wasikowska, que aceita um emprego em uma escola de elite e estabelece um vínculo estreito com cinco alunos. A trama se desenrola quando a influência de Novak sobre os alunos toma um rumo perigoso.

Remete ao excelente A sala dos professores e também ao O professor substituto que o blogger anteriormente inclusive censurou minha postagem!...

Bom roteiro, tratando de temas como transtornos alimentares e negacionismo científico e claro, o mundo da escola, que só os mais chegados conhecem a maneira carinhosa que eu penso a respeito.

Nota 9, recomendo para quem gosta de professor, inclusive o tipo que convencem os alunos a passar fome.

Clube Zero (2023) - IMDb


Oppenheimer: The Real Story (2023)

Eu não gostei muito do filme do Nolan que está resenhado aqui no blog nesse LINK.

Tem outros doeumentários e materiais por aí, esse não é muito melhor que o longa...

Parece que foi feito com baixo orçamento, a maioria das cenas é de depoimentos e a montagem tb não é muito boa... 

Apesar das limitações técnicas, é interessante para ter uma perspectiva mais detalhada sobre a vida pessoal e as circunstâncias sociais e históricas que cercaram o nascimento e desenvolvimento da bomba atômica.

Decida vc mesmo(a) - disponível no youtube:



Inferno em La Palma (2024)


Assisti os 4 episódios em meia hora, só no fast forward e parando nas cenas de efeitos. Completamente dispensável.

Fui ver porque está nas tendências por aí, prometendo drama emocionante e envolvente, mas e é isso mesmo, porém com aquele temperinho e bronzeado norueguês...

A história gira em torno de uma família norueguesa de férias em La Palma quando ocorre auma erupção vulcânica 

Roteiro previsível e clichê até cansar, por isso que assisti na velocidade 3.  A separação constante da família protagonista, por exemplo, ocorre de maneira tão forçada e repetitiva que perde completamente o impacto emocional. 

Os personagens são outro ponto fraco. Apesar do esforço do elenco os personagens são unidimensionais e carecem de profundidade. Nenhum dos arcos cola.

Os efeitos especiais são o único ponto positivo... 

Enfim, nota 4. Não perca seu tempo, a menos que vc goste do ufa depois do tsunami.


sábado, 11 de janeiro de 2025

Bank of Dave (2023)



Boa comédia dramática britânica, menos física e mais focada no texto.

Abordagem sensível e envolvente para a história real de Dave Fishwick, um empresário de Burnley que luta contra as instituições financeiras de elite de Londres para criar um banco comunitário. O roteiro  captura a essência da determinação e resiliência de Fishwick, oferecendo uma narrativa cativante e inspiradora, uma mensagem contra a ganância.

Remete ao documentário Abacus, que concorreu ao #oscar2018. Meio que um Erin Brokovich modesto. 

Vale também comparar com The Founder, para entender um pouco mais sobre a lógica autofágica do capitalismo.

E outro parecido é o Dumb Money. 

Rory Kinnear está ótimo, em geral ele faz muitos trabalhos para TV, mas adorei bizarrão e diferente Men, de 2022, ele merecia até ter sido indicado para o Oscar.

O ritmo do roteiro pode parecer um pouco lento para quem gosta de careta e atuaçã ocorporal exagerada.

Nota 8, recomendo para quem gosta de comédia e não dorme se o filme não tiver correria.

O imdb menciona uma continuação chegando em 2025.

David Contra os Bancos (2023) - IMDb

Disponível Netflix: David Contra os Bancos | Netflix

Polite society / Belas e recatadas (2023)


Leve e divertido, bom entretenimento.

Eu curto muito o trabalho do Team Naach, confiram o canal delas no youtube

Aqui no blog não tem muitos indianos ou com elenco de indianos resenhados, em geral acho meio xarope, mas aí vão alguns que eu gostei e postei por aqui: RRR, Como estrelas sobre a Terra, Oh my god

Seguindo a tradição bollywoodiana esse mistura ação, comédia e artes marciais, transitando pela ação intensa com toques de humor e drama familiar novelesco.

A história gira em torno de Ria Khan, uma jovem artista marcial em formação que acredita que deve salvar sua irmã mais velha, Lena, de um casamento iminente. Com a ajuda de suas amigas, Ria planeja o sequestro de casamento mais ambicioso de todos os tempos, em nome da independência e sororidade.

Embora comece de maneira convencional, ele se torna progressivamente mais surreal e divertido, fugindo dos clichês típicos de comédias românticas 

O imdb menciona a série We are lady parts dirigida por essa diretora, parece bem xarope também... coloquei na fila.

Nota 7.5 Recomendo. Disponivel nos streamings.

Belas e Recatadas (2023) - IMDb

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Belas Maldições (2019~)



Ótima série, altamente recomendada para quem curte a obra do Neil Gaiman.

Roteiro envolvente, baseado na obra de Neil Gaiman e Terry Pratchett, mistura humor e drama de forma magistral. 

Leve, sobre a temática da amizade (ou algo a mais que isso) improvável entre um anjo e um demônio.

A primeira temporada segue de perto o enredo do livro, onde o anjo Aziraphale (Michael Sheen) e o demônio Crowley (David Tennant) formam uma improvável aliança para impedir o Apocalipse. A série começa com a criação do mundo e avança rapidamente para os dias atuais, onde o Anticristo, um garoto chamado Adam, está prestes a desencadear o fim dos tempos. Aziraphale e Crowley, que se afeiçoaram à vida na Terra, decidem sabotar os planos celestiais e infernais para salvar a humanidade.

A segunda temporada, embora não baseada diretamente no livro, expande a premissa com novas histórias e personagens, adentrando um pouco mais no gênero da comédia romântica. Aziraphale e Crowley continuam suas aventuras na Terra, enfrentando novos desafios e aprofundando sua amizade. A temporada explora temas como romance, redenção, sacrifício e a eterna luta entre o bem e o mal, mantendo o humor característico da série.

Neil Gaiman dispensa apresentações para os fãs de quadrinhos, é dele a melhor história já escrita e ponto final.

O elenco é top, a química entre os dois atores é sensacional e o elenco de apoio também, incluindo Jon Hamm como o arcanjo Gabriel, Miranda Richardson como Madame Tracy e Frances McDormand como a voz de Deus.

Outras séries com o dedo do Gaiman: Sandman (é claro), Lúcifer e Deuses Americanos, todas igualmente recomendadas!

Para Good Omens minha nota é 8! Vale a pipoca!


A semente do fruto sagrado (2024)



Eu curto demais o cinema iraniano, tem vários resenhados aqui no blog: Um herói, O passado, 3 Faces

Indicado a Palma de Ouro em #Cannes2024, e ao do Globo de Ouro 2024 de filme em língua não inglesa. Provável concorrente do Ainda Estou Aqui no #Oscar2025, curiosamente como entrada da Alemanha...

Remete diretamente ao premiado Holy Spider, à opressão política e os recentes conflitos na sociedade iraniana em torno da moral e condição feminina no islamismo.

Outros que pegam essa temática, que já comentei aqui no blog:SouadAprendendo a andar de skate me uma zona de guerraIncendies .

E um dos meus favoritos, do diretor  Asghar Farhadi é Uma Separação. 

Coloquei na minha fila outro do mesmo diretor, que já foi preso algumas vezes, para conferir: O mal não existe.

Rasoulof é conhecido por seu estilo de direção que combina realismo e simbolismo, criando narrativas que são ao mesmo tempo pessoais e universais. Nesse ele utiliza imagens reais dos protestos de 2022-2023 no Irã, misturando um pouco ficção e realidade.

A história gira em torno de Iman, um juiz de instrução recém-promovido no Tribunal Revolucionário de Teerã, que enfrenta uma batalha interna contra a paranoia e o esgotamento mental, em meio à agitação política de uma onda de protestos libertários desencadeada pela morte de uma jovem. 

Quando sua arma pessoal desaparece misteriosamente, Iman começa a desconfiar de sua própria família, especialmente de sua esposa e filhas, impondo regras rígidas e medidas extremas que rapidamente minam os laços familiares.

A trama gira essencialmente em torno do poder masculino na família islâmica, com uma narrativa intensa e provocativa, questionando até onde a pressão pode levar uma pessoa e como isso pode transformar a dinâmica de uma família em tempos de crise.

Bom filme, bom drama, mas comprido demais: 2h47... e também não gostei muito do final, daí minha nota 6.

A cena do interrogatório que aparece no poster é excelente.

Nos cinemas.

https://www.imdb.com/pt/title/tt32178949/


quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

O auto da compadecida 2 (2024)


Tod@s ao cinema!!! Perfeitas as palavras de Flávia Lacerda que divide a direção da sequencia com o Guel Arraes: um filme para trazer novamente à tona o prazer de ser brasileiro!!!

A tão aguardada sequência chegou aos cinemas e não desaponta. Caso raríssimo em que a continuação fica à altura do primeiro filme.

Dirigido por Flávia Lacerda e Guel Arraes, que também esteve à frente do primeiro filme, a nova produção traz de volta os icônicos personagens de Suassuna João Grilo e Chicó, interpretados por Matheus Nachtergaele e Selton Mello. 

Além dos dois atores principais que conseguem trazer novamente a alma dos personagens, particularmente Nachtergaele, várias inserções homenageiam o elenco original e soma-se a participação de novos talentos e veteranos do cinema brasileiro. O Luis Miranda está impagável, Eduardo Sterblitch e Humberto Martins estão muito bem, o último, irreconhecível!

A química entre Matheus e Selton permanece intacta, com humor e emoção. 

Comparado ao primeiro filme, O Auto da Compadecida 2 mostra uma evolução natural. Enquanto o original era mais focado na comédia e na crítica social, a sequência vai um pouco mais fundo nas relações humanas e nas questões existenciais, sem perder o humor característico. A narrativa é mais complexa, explorando temas como a fé, a justiça e a redenção de maneira mais profunda.

Achei ótima as escolhas para o julgamento de João Grilo e também a Dona Rosinha empoderada!

Muitas referências e homenagens algumas muito sutis, por exemplo para A pessoa é para o que nasce e aos Trapalhões. 

Sem falar na direção de arte que não deixou de fora nenhum detalhe, da paçoca aos estandartes.

Para mim o ponto alto do filme é a montagem, com a dinâmica e ritmo perfeitos para o roteiro, que mantém a pegada cômica e crítica que marcou o primeiro, mas com a marca dos vinte anos que se passaram. 

A trilha sonora, composta por André Abujamra (que é um dos pouquíssimos artistas que já tietei explicitamente) e Paulinho Moska, é outro destaque que segura o roteiro do início ao fim. A trilha sonora do primeiro filme já era memorável, mas Abujamra conseguiu elevar ainda mais o nível, criando uma experiência auditiva inesquecível.

A fotografia é um espetáculo à parte, incorporando os avanços técnicos, paisagens e cenários do sertão nordestino, com a palheta quente. Escolha um bom cinema, eu assisti no Itaú Shopping e a projeção deixou um pouco a desejar.


Para os mais novos confiram no imdb a carreira do Guel Arraes como diretor, incluindo pérolas como Lisbela e o Prisioneiro, o Coronel e o Lobisomem, O Bem Amado e ótimas séries como Comédia da Vida Privada, Retrato Falado a longeva Grande Família e TV Pirata.


Muitos anos atrás subi no youtube o episódio a casa dos 40 da comédia da vida privada:


Em resumo, O Auto da Compadecida 2 é uma sequência digna de seu predecessor. Com uma direção impecável, um elenco talentoso, uma fotografia deslumbrante e uma trilha sonora envolvente, o filme consegue capturar a essência do original enquanto traz novas camadas de profundidade à história. É uma obra que celebra a cultura brasileira e continua a tradição de excelência do cinema nacional.

Nota 10! Imperdível!


Confiram essa entrevista dos diretores:


Só senti falta dessa fala do João Grilo:



terça-feira, 7 de janeiro de 2025

MÚSICAS E VOZES DO MUNDO: RADIO GARDEN

Esse link é top!

Um mapa global interativo que permite vc ouvir qualquer rádio do planeta!!

Cada pontinho é uma estação.

Dica: use junto com o Shazam!

https://radio.garden/




sábado, 4 de janeiro de 2025

NIght sky / Céu noturno [Anos-luz???] (2022~)




Boa série da Amazon,  lançada em 2022, leve de assistir, combina elementos de ficção científica e drama. 

O enredo gira em torno de Irene (Sissy Spacek) e Franklin York (J.K. Simmons), um casal de idosos do interior estadunidense que descobre uma câmara subterrânea em seu quintal, que os teletransporta para um planeta deserto e misterioso. Ao longo dos episódios, a série explora temas como resiliência, luto, trauma e mortalidade e acaba perdendo um pouco o bom foco quando entra em subtramas envolvendo portais e sociedades secretas.

A rotina do casal muda drasticamente com a chegada do misterioso jovem Jude, interpretado por Chai Hansen, o que gera conflitos e novas dinâmicas familiares.

Nota 7, recomendo. 

Alguém deveria ser demitido por essa tradução do título hein.

Anos-luz (Série de TV 2022) - IMDb

Disponivel Prime video e apple tv.







Constellation (2024~)


Bom entretenimento, mais uma boa produção da Apple TV para quem gosta do gênero ficção, mas não me empolgou...

A trama segue Jo, uma astronauta que retorna à Terra após um desastre no espaço e descobre que partes importantes de sua vida estão diferentes ou ausentes, levando-a a questionar sua própria sanidade e a buscar a verdade sobre o que realmente aconteceu. Determinada a desvendar os segredos ocultos das viagens espaciais, ela começa sua jornada de recuperação. Ela se vê inserida numa realidade alternativa à que deixou quando partiu para a missão. A parte do roteiro que lida com a física quântica é bem ruinzinha... 

Nesse quesito Matéria Escura é bem melhor...

Salva pela produção, com bons efeitos visuais. Tenta puxar para o lado psicológico com elementos de suspense mas vários personagens acabem ficando subdesenvolvidos, pois foi cancelada após a 1a temporada...

Nota 5, recomendo só para quem não é exigente com roteiro que se mete a falar de física quântica...

Constelação (Série de TV 2024) - IMDb

Disponível Apple TV.


Gladiador 2 (2024)


O Oliver Stone tem razão... muito óleo e fala grossa para pouco filme... não se compara ao primeiro.

Após mais de duas décadas desde o lançamento do predecessor icônico, Ridley Scott caiu na besteira de fazer essa continuação, para tentar contar a história de Lucius, filho de Lucilla e do general Maximus do primeiro filme. Lucius, agora um jovem adulto, é forçado a entrar no Coliseu depois que sua esposa é morta e sua cidade é conquistada por imperadores romanos tirânicos que usam pó de arroz e rouge. 

Infelizmente o elenco estelar incluindo Paul Mescal, Pedro Pascal, Denzel Washington e Connie Nielsen não segura o filme, que mais parece novela mexicana dublada. A trama tenta explorar temas de honra, vingança e sacrifício, mas nem se fosse dublado em espanhol daria certo.

O que salva um pouco é mesmo é o design de produção da Roma antiga, com destaque para o Coliseu, inclusive com batalha naval.

O primeiro arrematou  cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Ator para Russell Crowe. A história de vingança e redenção de Maximus cativou o público e estabeleceu um novo padrão para filmes épicos. Sem falar na trilha sonora do Hans Zimmer, cantada pela Lisa Gerrard do Dead Can Dance, que quem me conhece, sabe que amo de paixão.



Dessa vez não contrataram o compositor que tem uma dúzia de oscars (isso não é hipérbole) e a trilha repete várias do primeiro...

É um exagero sem tamanho incluir o Denzel na lista de pré-indicados para o #oscar2025. Até o momento, recebeu duas indicações ao Globo de Ouro, incluindo Melhor Ator Coadjuvante para ele. Há especulações de que o filme também possa ser indicado ao #Oscar2025, especialmente nas categorias técnicas como Design de Produção e Trilha Sonora :o :o :o

Nesse gênero específico, além do primeiro, fica baixo de outros como Tróia, Alexandre e 300... 

Enfim, tudo que vende pode vender mais um pouco.

Nota 5, recomendo para quem curte ver barriga de tanquinho e barba comprida.

Assista o Blade Runner ou Thelma e Louise de novo que é mais negócio.

Disponivel nos streamings

Gladiador II (2024) - IMDb.